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Santander eleva projeções para inflação e prevê Selic mais alta no próximo ano

Placeholder - loading - Imagem do porto de Paranaguá 3/12/2020 REUTERS/Rodolfo Buhrer
Imagem do porto de Paranaguá 3/12/2020 REUTERS/Rodolfo Buhrer

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SÃO PAULO (Reuters) - O Santander divulgou nesta sexta-feira a atualização de seu cenário macroeconômico, no qual passou a projetar uma inflação acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central ao fim de 2024 e um patamar mais alto para a taxa Selic no encerramento do próximo ano.

Pelos cálculos do banco, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) terminará 2024 com uma alta de 4,8%, ante projeção anterior de 4,4%. Em 2025, o índice deve registrar avanço de 4,3%, segundo o balanço, de 3,9% anteriormente.

A meta de inflação perseguida pelo Banco Central é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

'Para 2024, desde a última revisão, subimos alimentação no domicílio e serviços, que foram parcialmente compensados pelos administrados. A alta em alimentos se deve a proteína, em que, desde início de setembro, o preço do boi subiu quase 40%', afirmou a economista-chefe do Santander, Ana Paula Vescovi, e equipe no documento.

O banco também vê a taxa básica de juros em um patamar mais alto no fim do próximo ano do que o projetado anteriormente. Agora, o cenário prevê que a Selic chegará a 12,00% no encerramento de 2025, de 10,50% na estimativa anterior.

De acordo com o balanço, o atual ciclo de aperto monetário do BC deve levar a taxa a 13,00% em seu pico, com uma sequência de altas de 50 pontos-base até março e um ajuste final de 25 pontos na reunião de maio.

'Na escolha sobre o ritmo do ajuste, a desancoragem das expectativas contrastaria com o 'gradualismo' sugerido pelos juros reais já elevados, pela desaceleração em gestação e o questionado equilíbrio fiscal, mas em revisão', apontou o banco.

O Banco Central iniciou o atual ciclo de aperto monetário em setembro, com uma alta de 25 pontos-base nos juros, em resposta à desancoragem das expectativas de inflação e a uma atividade econômica superaquecida. Neste mês, a autarquia elevou a taxa em mais 50 pontos, para 11,25%.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o Santander manteve a projeção para este ano de um avanço de 3,0%. Em 2025, por outro lado, o cenário aponta agora uma expansão de 1,8%, ante 1,5% na projeção anterior, em mudança influenciada por um 'crescimento mais forte da agropecuária'.

(Por Fernando Cardoso)

Escrito por Reuters

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