Secretário da Fazenda diz que medidas do governo abrirão caminho para afrouxamento monetário
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SÃO PAULO (Reuters) - O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou nesta segunda-feira que as medidas recentes do governo no âmbito fiscal abrirão espaço para afrouxamento monetário por parte do Banco Central.
Em entrevista à GloboNews, Mello disse que, a partir do momento em que a autarquia reconhece as qualidades da proposta do governo, que impede que os gastos federais cresçam mais do que a arrecadação, ela também incorpora isso aos seus modelos.
'A partir dessa incorporação aos modelos, abre-se o caminho tanto do ponto de vista das variáveis macroeconômicas reais quanto do ponto de vista da percepção das expectativas dos agentes para um ciclo de afrouxamento monetário o mais breve possível para harmonizar as políticas fiscal e monetária', argumentou o secretário, engrossando o coro de pedidos de membros do governo por cortes de juros.
A taxa Selic está atualmente em 13,75%, e tem sido alvo de críticas recorrentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que diz que esse nível mina o crescimento econômico e a oferta de crédito.
Nesse contexto, Mello disse que o governo vai anunciar uma série de medidas para melhorar o mercado de crédito e aumentar a competitividade com 'taxas melhores para os clientes'.
Na entrevista, o secretário disse ainda que o governo está muito otimista com a recepção do arcabouço fiscal no Congresso, onde o texto deve chegar até terça-feira.
'Quanto ao Congresso Nacional, nós estamos muito otimistas... os presidentes das duas Casas, deram declarações positivas, otimistas, reconhecendo o bom trabalho desenvolvido pela área econômica do governo em construir uma regra que unifica responsabilidade fiscal e responsabilidade social', afirmou Mello.
O secretário acrescentou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, 'também já se manifestou positivamente sobre o novo arcabouço fiscal' e pediu uma compreensão sobre o processo de aprovação no Legislativo.
(Reportagem de Eduardo Simões e Fernando Cardoso)
Escrito por Reuters
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