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Sucessão do chefe de ajuda da ONU está em foco em meio à explosão de crises humanitárias

Placeholder - loading - Martin Griffiths gesticula perto de edifícios destruídos por um terremoto mortal em Aleppo, na Síria 13/02/2023 REUTERS/Firas Makdesi
Martin Griffiths gesticula perto de edifícios destruídos por um terremoto mortal em Aleppo, na Síria 13/02/2023 REUTERS/Firas Makdesi

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Por Emma Farge

GENEBRA (Reuters) - O secretário-geral da ONU, António Guterres, ainda não nomeou um substituto permanente para o chefe de ajuda do órgão global, que deixa o cargo por motivos de saúde nesta sexta-feira, atraindo críticas em um momento de necessidades globais recordes.

Martin Griffiths, um ex-diplomata britânico que ajudou a intermediar o acordo de grãos do Mar Negro entre a Ucrânia e a Rússia e liderou um coro de preocupação com a guerra de Gaza, disse que o plano é nomear sua vice Joyce Msuya, da Tanzânia, como chefe interina.

No entanto, alguns observadores dizem que não ter nomeado um sucessor permanente envia o sinal errado em um momento em que alguns doadores estão se retraindo, com o orçamento de 48,7 bilhões de dólares deste ano financiado em menos de 20%.

'Alguém atuando temporariamente não é uma coisa boa', disse à Reuters Jan Egeland, que ocupou o cargo de 2003 a 2006 e agora é secretário-geral do Conselho Norueguês de Refugiados.

'Eles não têm a mesma autoridade, perspectiva, o mesmo peso em um momento de profunda crise no trabalho humanitário -- nunca tivemos tantas pessoas famintas, atacadas, maltratadas e com tão pouca esperança antes na memória viva.'

Outros diplomatas também expressaram seu desapontamento com o fato de que haveria um atraso na nomeação de um substituto permanente para Griffiths como subsecretário-geral para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência.

Um porta-voz da ONU não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

De acordo com as regras não escritas de um sistema da ONU, os cinco países com assentos permanentes no Conselho de Segurança dividem as principais funções. O Reino Unido fica com a ajuda; a França, com a manutenção da paz; os Estados Unidos, com os assuntos políticos; a China, com os assuntos econômicos; e a Rússia, com um posto-chave da ONU na Europa.

Os últimos cinco chefes de ajuda depois de Egeland foram todos britânicos e, tradicionalmente, as indicações dos países não são contestadas pelos outros quatro membros permanentes, nem por outros membros da ONU.

Richard Gowan, diretor da ONU no Grupo de Crise Internacional, disse que o atraso na nomeação de um sucessor indica que Guterres, que tem entrevistado candidatos, estava esperando o resultado da eleição britânica de 4 de julho.

'Obviamente, seria preferível ter uma transferência mais estruturada', disse ele, acrescentando que, se o cargo ficar aberto por muito tempo, 'dará uma impressão de deriva'.

O candidato do Reino Unido é o ministro de Estado Tariq Ahmad, segundo diplomatas. A Reuters não pôde confirmar os outros. A missão britânica em Genebra se recusou a comentar, citando restrições pré-eleitorais.

Com a saída de Griffiths, ressurgiram as preocupações sobre o atual sistema de nomeações.

Uma carta enviada a Guterres pelo sindicato dos funcionários de Genebra pediu que ele tornasse o processo 'transparente, inclusivo e baseado no mérito... em vez de se basear apenas na nacionalidade do candidato'.

O cargo de coordenador de Ajuda de Emergência ajuda 300 milhões de pessoas, do Sudão à Ucrânia.

Ele foi criado em 1991, décadas depois de outros cargos da ONU, mas desde então se tornou um dos mais importantes, já que o trabalho do órgão passou de acabar e prevenir conflitos para lidar com seus impactos, como o deslocamento forçado recorde.

Em uma entrevista à Reuters no mês passado, Griffiths disse que estava preocupado com o futuro. 'Nunca foi tão ruim como agora', disse ele. 'Deus sabe que precisamos de uma boa pessoa e espero que consigamos.'

(Reportagem adicional de Gwladys Fouche em Oslo, Gabrielle Tetrault-Farber em Genebra e Michelle Nichols em Nova York)

Escrito por Reuters

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