Trump deve ser ativo no órgão de direitos da ONU para combater China, diz enviada dos EUA
Trump deve ser ativo no órgão de direitos da ONU para combater China, diz enviada dos EUA
Reuters
18/12/2024
Por Emma Farge
GENEBRA (Reuters) - Uma enviada dos Estados Unidos disse à Reuters que a equipe do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, deve permanecer ativa no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em parte para combater o que ela descreveu como a influência 'perigosa' da China.
Em seu primeiro mandato, Trump deixou o órgão sediado em Genebra, citando um viés anti-Israel. Os EUA voltaram a participar em 2022 sob o comando do sucessor de Trump, Joe Biden. Michele Taylor, que tem sido a enviada de Washington ao conselho desde então, disse que é importante permanecer engajado e que ela planeja apresentar isso à equipe de Trump como parte da transição.
'Todas as nossas prioridades que são abordadas no conselho merecem ter a voz dos Estados Unidos', disse Taylor à Reuters em uma entrevista.
'Nosso entendimento é que os direitos humanos pertencem aos indivíduos e a China realmente gostaria de ver essa norma mudando', declarou ela. 'Acho que é muito perigoso', acrescentou ela, expressando preocupação de que a opinião da China possa ser usada, por exemplo, para justificar detenções arbitrárias.
A China, membro do conselho até 2026, tem afirmado que cada Estado deve escolher seu próprio caminho em termos de direitos humanos e que os direitos econômicos são tão importantes quanto os direitos civis. Ela se opõe regularmente à análise de supostas violações, inclusive as suas próprias.
A missão diplomática da China em Genebra disse, em resposta aos comentários de Taylor, que promove o diálogo e a cooperação sobre direitos humanos e fez contribuições positivas para o conselho.
'Pelo contrário, os EUA instrumentalizam os direitos humanos como uma arma para servir à sua agenda política, ignorando as verdadeiras crises de direitos humanos no país e no exterior', afirmou.
O conselho, que tem 47 membros eleitos e se reúne várias vezes ao ano, é o único órgão intergovernamental que trabalha para proteger os direitos humanos em todo o mundo. Ele não tem poderes juridicamente vinculantes, mas suas reuniões aumentam o escrutínio e podem determinar investigações para documentar abusos, que às vezes formam a base para processos de crimes de guerra.
Reuters

