Venezuela permitirá passagem segura para Argentina de assessores de líder da oposição, diz fonte
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Por Deisy Buitrago
CARACAS (Reuters) - O governo da Venezuela permitirá que seis assessores da líder da oposição María Corina Machado viajem com segurança para a Argentina, informou uma fonte do governo nesta sexta-feira.
Os assessores - incluindo a gerente de campanha Magalli Meda, anteriormente apontada como possível substituta de Machado na eleição presidencial deste ano - buscaram proteção na embaixada da Argentina em Caracas em março, depois que o gabinete do procurador-geral anunciou mandados de prisão contra eles.
'Concedemos passagem segura a essas seis pessoas. Estamos esperando que a Argentina as leve para Buenos Aires', afirmou a fonte do governo. 'O governo venezuelano permitiu de forma extraordinária que eles deixassem o país por razões humanitárias.'
Embora os assessores tenham permissão para sair, o processo criminal contra eles permanecerá, acrescentou.
“A informação sobre a passagem segura está sendo administrada entre os Ministérios das Relações Exteriores da Argentina e da Venezuela”, disse Machado aos jornalistas. Ela não deu mais detalhes.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, disse em março que duas pessoas próximas a Machado haviam sido presas, enquanto sete outros membros de sua equipe tinham mandados de prisão.
As prisões e os mandados foram por suposto envolvimento em conspirações planejadas, segundo Saab.
Machado nega qualquer alegação de má conduta por parte de sua equipe.
Na semana passada, o gabinete do presidente argentino, Javier Millei, disse estar preocupado com a perseguição aos líderes políticos na Venezuela, pouco depois de a Argentina confirmar que as seis pessoas estavam na embaixada.
A oposição está envolvida em negociações internas sobre como apresentar um candidato nas eleições de 28 de julho e quem poderá ser esse candidato.
Machado, que venceu de forma contundente as primárias da oposição em outubro passado, não pode concorrer porque está impedida de ocupar cargos públicos, uma decisão que ela considera injusta. Machado nomeou Corina Yoris como sua sucessora, mas a acadêmica de 80 anos também não conseguiu registar a sua candidatura.
Dois candidatos da oposição, incluindo Manuel Rosales, governador do Estado de Zulia, conseguiram se registrar.
Possíveis substitutos podem ser nomeados até 20 de abril.
Pelo menos outras seis pessoas da equipe de Machado foram presas desde janeiro.
(Por Deisy Buitrago, reportagem adicional de Vivian Sequera e Mayela Armas em Caracas e Lucila Sigal em Buenos Aires)
Escrito por Reuters
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