Veredicto de repórteres da Reuters é adiado à medida que pressão aumenta sobre Mianmar
Publicada em
Por Antoni Slodkowski
YANGON (Reuters) - O veredicto do julgamento de dois repórteres da Reuters presos em Mianmar acusados de violarem a Lei de Segredos Oficiais do país foi adiado desta segunda-feira para o dia 3 de setembro porque o juiz responsável pelo caso está doente, disse uma autoridade do tribunal.
Diversos repórteres e diplomatas haviam se reunido no tribunal de Yangon para ouvir o veredicto dos jornalistas Wa Lone, de 32 anos, e Kyaw Soe Oo, de 28, após oito meses de audiências em um caso que passou a ser visto como um teste para o progresso democrático no país do sudeste asiático.
'Estamos decepcionados em não ter recebido a decisão do juiz hoje', disse a Reuters em comunicado.
'Wa Lone e Kyaw Soe Oo já passaram mais de oito meses na prisão com base em acusações de um crime que não cometeram. Estamos ansiosos para receber o veredicto na próxima semana, quando temos muita esperança que eles serão inocentados e reunidos com suas famílias'.
O porta-voz do governo de Mianmar, Zaw Htay, não pôde ser encontrado de imediato para comentar o adiamento do veredicto.
O ápice do caso acontece em um momento de crescente pressão sobre o governo da ganhadora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi devido a uma repressão no Estado de Rakhine, desencadeada por ataques militantes em agosto de 2017.
Investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) disseram em relatório divulgado nesta segunda-feira que militares de Mianmar realizaram massacres e estupros coletivos de muçulmanos rohingyas com 'intenção genocida', e que o comandante-chefe do país e cinco generais deveriam ser processados.
'Não estamos assustados ou abalados. A verdade está do nosso lado. Qualquer que seja a situação, não ficaremos abalados. Eles não podem nos enfraquecer', disse Wa Lone a repórteres após a breve audiência desta segunda-feira.
Escrito por Thomson Reuters
SALA DE BATE PAPO