Votação em Indiana mostra que Trump ainda tem problemas com republicanos resistentes
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Por James Oliphant
WASHINGTON (Reuters) - Enquanto Donald Trump lidava com o julgamento pela compra do silêncio de uma estrela pornô em um tribunal de Manhattan, a centenas de quilômetros eleitores de Indiana mostravam que o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos ainda tem trabalho pela frente para conquistar os céticos em seu partido.
As primárias da terça-feira no Estado do Meio-Oeste revelaram um apoio surpreendente à antiga rival de Trump, Nikki Haley, com mais de 30% dos eleitores em algumas áreas do Estado se recusando a votar em Trump.
Haley abandonou a eleição em março, e Trump não tem oposição interna desde então. Ainda assim, seguindo o padrão ao longo do ano, Haley mostrou força entre eleitores urbanos e do subúrbio em Indiana -- demografia que, em todo o país, tem sido historicamente problemática para o ex-presidente.
Os resultados de Indiana não terão influência direta na eleição geral de 5 de novembro entre Trump e o presidente democrata, Joe Biden. O Estado tem uma forte tendência conservadora e quase certamente apoiará Trump, que venceu as primárias da terça-feira com 78% dos votos.
Os resultados das primárias, no entanto, oferecem o mais recente sinal de que alguns republicanos e independentes permanecem receosos em relação a Trump.
'Os republicanos estão usando a oportunidade de votar em Haley como uma forma fácil de expressar insatisfação com Trump', afirmou Jacob Rubashkin, analista da Inside Elections, de Washington.
'Há um contingente de republicanos que não gosta dele e preferiria outro indicado. Votar em Haley comunica isso.'
Indiana permite que independentes e democratas votem nas primárias republicanas. Aqueles que o fizeram provavelmente escolheram Haley, como em outros Estados, caso de New Hampshire e Virginia, durante primárias mais cedo neste ano.
Trump tem tido dificuldades de fazer uma campanha robusta desde o início de seu julgamento no qual ele é acusado de encobrir ilegalmente um pagamento de 130.000 de dólares a uma estrela pornô para comprar seu silêncio no período que antecedeu a eleição de 2016.
No dia em que os eleitores de Indiana foram às urnas, as telas de TV de todo o país estavam repletas de imagens de Stormy Daniels, a atriz de filmes adultos que testemunhou sobre um encontro que ela disse que teve com Trump há quase 20 anos.
Primeiro ex-presidente dos EUA a enfrentar um julgamento criminal, Trump declara-se inocente e nega que teve relações sexuais com Daniels.
(Reportagem de James Oliphant)
Escrito por Reuters
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