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Campos Neto diz que visibilidade para Copom de junho não é clara e ressalta que BC não está dividido

Placeholder - loading - Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fala em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília 24/02/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fala em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília 24/02/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino

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Por Fabricio de Castro e Bernardo Caram

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira que a diretoria da autoridade monetária não está dividida, a despeito de diferenças de posições observadas em temas específicos, enfatizando que as decisões de política monetária em si foram tomadas de forma unânime.

Em entrevista sobre o relatório de inflação, Campos Neto disse que o BC optou por indicar a intensidade do corte na taxa básica de juros apenas para a reunião de maio do Comitê de Política Monetária porque o cenário não está claro para prazos mais longos.

'Exatamente por isso a gente retirou o 'forward guidance', porque não temos uma visibilidade tão clara. Quando a gente não tem uma visibilidade tão clara, entende-se que fica um pouco dependente do cenário daqui até lá', afirmou.

Em reunião na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 10,75% ao ano, e encurtou sua indicação sobre cortes futuros ao citar uma ampliação de incertezas, afirmando que sua diretoria antevê corte na mesma intensidade apenas na próxima reunião.

Na ata da reunião, a autarquia disse que alguns de seus diretores avaliam que pode ser necessária uma redução no ritmo de cortes dos juros básicos caso as incertezas se mantenham elevadas à frente.

Na entrevista, Campos Neto disse que não existe debate em que todos os membros do BC tenham a mesma posição sobre todos os temas.

Ao comentar a comunicação de que “alguns membros” do Copom veem uma possível desaceleração de cortes na Selic à frente, ele afirmou que há incerteza maior sobre alguns temas debatidos, tanto no cenário internacional como no doméstico.

Segundo Campos Neto, ao falar em “alguns membros”, o BC se refere a dois ou mais componentes de sua diretoria.

Ele ressaltou que a comunicação do encontro deu um pouco mais de ênfase aos riscos inflacionários para mostrar a visão da autoridade monetária.

O presidente do BC afirmou entender que a inflação de alimentos tende a cair nos próximos meses.

Campos Neto disse, ainda, respeitar críticas, após ser alvo do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, ressaltando que uma eventual alta na inflação acaba afetando a camada mais vulnerável da população.

'O Banco Central promoveu um processo de convergência da inflação com um custo bastante baixo', disse.

MERCADO DE TRABALHO

Na entrevista, o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, disse que elevação de rendimentos de trabalhadores tem sido disseminada em todas as atividades, enquanto a produtividade não aumentou em todos os setores.

'Para alguns membros, isso pode sugerir uma pressão no mercado de trabalho', disse.

Guillen afirmou que os dados de emprego mostram dinamismo do mercado de trabalho, tema muito debatido pelo BC em relação a possíveis implicações sobre a inflação.

O diretor e Campos Neto destacaram alta recente da inflação de serviços intensivos em mão de obra.

'Começamos a ver que os setores mais intensivos em mão de obra têm um aumento um pouco maior, mas hoje estamos longe de poder estabelecer que existe essa relação, e que isso vai ocorrer de forma mecânica', afirmou o presidente do BC.

Campos Neto destacou que dados recentes de inflação vieram 'um pouquinho' acima do esperado e número sobre empregos 'bem mais forte', algo que será analisado pelo BC.

O presidente do BC ainda disse que a questão fiscal não ficou menos relevantes para a atuação do BC, com probabilidade grande de o resultado das contas públicas neste ano ser um pouco melhor do que a expectativa do mercado.

Escrito por Reuters

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