Ações do Casino disparam com expectativa de aumento em ofertas
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Por Dominique Vidalon
PARIS (Reuters) - As ações do Casino disparavam mais de 9% nesta quarta-feira, diante da perspectiva de que os grupos interessados em comprar o varejista aumentarão suas ofertas.
O bilionário tcheco Daniel Kretinsky está competindo com um consórcio liderado pelo empresário de telecomunicações Xavier Niel, o banqueiro de investimentos Matthieu Pigasse e o empresário Moez-Alexandre Zouari para assumir o controle do Casino, que está sobrecarregado com uma dívida líquida de 6,4 bilhões de euros e à beira de um 'default'.
Pigasse disse ao jornal francês Les Echos na terça-feira que a oferta da 3F seria elevada, sem dar mais detalhes.
O Les Echos acrescentou que Kretinsky também aumentará sua oferta. Os representantes de Kretinsky não puderam ser imediatamente contatados para comentar, enquanto o Casino se recusou a comentar.
O Casino é atualmente o maior acionista do GPA, dono da rede Pão de Açúcar, embora recentemente tenha afirmado que a participação na companhia brasileira pode ser vendida como parte do seu plano de três anos de venda de ativos.
No mês passado, o Casino concluiu a venda de sua participação residual, de 11,7%, na rede de atacado de autosserviço brasileira Assaí.
Por volta de 09:10 (horário de Brasília), as ações do Casino avançavam 9,15%, a 3,27 euros, após desabarem 69% até agora este ano.
Até agora, Kretinsky está liderando um plano de investimento de 1,35 bilhão de euros para resgatar o Casino, superando uma proposta de 900 milhões de euros apresentada pela 3F Holding.
No entanto, as injeções de capital propostas são apenas o primeiro passo no amplo plano de reestruturação do Casino, que, segundo ele, exigirá um acordo com os detentores de dívidas em um processo judicial. O prazo para um acordo em princípio sobre os termos da reestruturação financeira foi fixado para 27 de julho.
'Espero que ambas as partes tentem atualizar suas ofertas na frente de injeção de dinheiro, ao mesmo tempo em que reiteram fortemente seus compromissos industriais e de empregos para satisfazer o governo francês', disse Clément Genelot, analista da Bryan Garnier.
'Uma injeção de dinheiro de 1 bilhão de euros não parece suficiente para permitir uma recuperação sustentável no Casino France', disse, acrescentando que os investimentos necessários em toda a rede de hipermercados e supermercados, bem como a rede Monoprix, precisariam de um aporte de 2,5 bilhões a 3 bilhões de euros.
O governo francês está preocupado com possíveis cortes de empregos no Casino, o sexto maior varejista da França. O grupo tinha cerca de 50 mil funcionários no país no final do ano passado.
(Com reportagem adicional de Diana Mandia Alvarez em Gdansk)
Escrito por Reuters
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