Ações do Credit Suisse voltam a cair com investidor ainda preocupado
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Por Joice Alves e Alexandra Hudson
LONDRES/ZURIQUE - As ações do Credit Suisse voltaram a recuar fortemente nesta sexta-feira, abandonando ganhos iniciais, em um sinal de que a confiança de investidores continua frágil, após uma semana conturbada em que o segundo maior banco da Suíça garantiu uma linha de crédito de 54 bilhões de dólares.
Um rebaixamento dos ratings e um processo judicial nos EUA anunciados na quinta-feira compensaram parte do alívio decorrente da linha de liquidez de emergência que a instituição garantiu do banco central suíço na véspera.
O Credit Suisse recuava mais de 10% após dois dias de fortes oscilações, que viram suas ações subirem 20% na quinta-feira, após uma queda de 24% na quarta-feira, quando seu maior investidor disse que não seria capaz de aumentar sua participação. A volatilidade permanece alta.
'Se os correntistas estão suficientemente seguros para conter as saídas nos próximos dias é uma questão fundamental, em nossa opinião', disse Frédérique Carrier, chefe de estratégia de investimento da RBC Wealth Management.
'Embora os mercados estejam aliviados com a intervenção do banco central suíço, a confiança deve permanecer muito frágil, principalmente porque os investidores provavelmente se preocuparão com o eventual impacto econômico do aperto monetário agressivo do Banco Central Europeu (BCE)', acrescentou.
A DBRS Morningstar se tornou na quinta-feira a primeira agência de classificação de risco global a cortar a nota de crédito do banco suíço, com um rebaixamento para 'BBB', que ainda qualifica o Credit Suisse como grau de investimento.
O chefe dos negócios suíços do Credit Suisse disse na noite de quinta-feira que o financiamento permitirá ao banco continuar sua reestruturação, embora possa levar tempo para reconquistar a confiança dos clientes.
Em mais um sinal de que a preocupação com o setor continua elevada, o Conselho de Supervisão do BCE convocou uma reunião não programada nesta sexta-feira para discutir o estresse e as vulnerabilidades no setor bancário da zona do euro.
Os supervisores do BCE não viram nenhum contágio para os bancos da zona do euro com a turbulência do mercado, disse à Reuters uma fonte familiarizada com o conteúdo da reunião, acrescentando que os supervisores foram informados de que os depósitos permaneceram estáveis nos bancos da zona do euro e a exposição ao Credit Suisse era imaterial.
Uma tábua de salvação de 30 bilhões de dólares para o First Republic Bank, com sede nos EUA, aliviou os temores sobre seu futuro, mas a forte queda de suas ações mostrou que os investidores continuam preocupados com as fissuras no setor após o colapso de dois outros credores de médio porte dos EUA.
As ações do Credit Suisse acumulavam uma perda de cerca de 27% esta semana, caminhando para o pior desempenho semanal desde outubro de 2008 e da crise financeira global.
'Ainda estamos um pouco cautelosos aqui, mas certamente houve notícias mais positivas sobre o Credit Suisse', disse John Milroy, consultor de investimentos da Ord Minnett.
Acionistas norte-americanos do Credit Suisse processaram o banco na quinta-feira, alegando que ele cometeu fraude ao esconder problemas com suas finanças. O Credit Suisse se recusou a comentar o processo.
(Reportagem de Joice Alves em Londres e Alexandra Hudson em Zurique)
Escrito por Reuters
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