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Activision vai vender direitos de streaming para garantir venda para Microsoft

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Por Kate Holton e Paul Sandle

LONDRES (Reuters) - A Activision Blizzard, criadora do game 'Call of Duty', venderá seus direitos de streaming para a Ubisoft Entertainment em uma nova tentativa de obter aprovação do órgão regulador antitruste do Reino Unido para ser vendida por 69 bilhões de dólares para a Microsoft.

A Microsoft anunciou a maior aquisição da história da indústria de videogames no início do ano passado, mas a compra da Activision foi bloqueada pelo órgão de defesa da competição no Reino Unido, que se mostrou preocupado com a possibilidade da gigante norte-americana da computação obter controle excessivo sobre o nascente mercado de streaming de jogos.

Após meses de idas e vindas, a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) disse nesta terça-feira que manteve decisão original de vetar o acordo, forçando a Microsoft a apresentar novos termos.

De acordo com o acordo reestruturado, a Microsoft não poderá lançar jogos da Activision como 'Overwatch' e 'Diablo' exclusivamente em seu próprio serviço de streaming - Xbox Cloud Gaming - ou controlar exclusivamente os termos de licenciamento para serviços rivais.

Em vez disso, a rival francesa Ubisoft vai comprar os direitos de streaming para os games de PC e console existentes da Activision e quaisquer novos jogos lançados pela empresa nos próximos 15 anos. Isso se aplicará globalmente, mas não na Europa, onde Bruxelas já havia aceitado o acordo original.

Tom Smith, sócio do escritório de advocacia Geradin Partners e ex-diretor jurídico da CMA, disse que agora parece que o acordo será concretizado. 'O processo tem sido tortuoso, e ainda é possível que as coisas saiam do eixo, mas não devemos esperar que os acordos com as grandes empresas de tecnologia sejam aprovados hoje em dia', disse ele à Reuters.

A Microsoft disse nesta terça-feira que acredita que a nova proposta é 'substancialmente diferente' e espera que seja analisada pela CMA até 18 de outubro.

A CMA disse que examinará o novo acordo de acordo com seu sistema habitual, com um processo de Fase 1 que termina em 18 de outubro. Se ainda houver preocupações quanto ao impacto sobre a concorrência, a CMA poderá iniciar uma Fase 2 de análises muito mais longa.

As duas empresas norte-americanas já prorrogaram o prazo do acordo - adiando-o em três meses para 18 de outubro - depois que o processo regulatório demorou mais do que o esperado.

Alex Haffner, sócio da área de concorrência do escritório de advocacia britânico Fladgate, disse que não acredita que a Microsoft teria dado esse novo passo se não acreditasse que conseguirá fazer com que os novos termos sejam aprovados pelo regulador britânico até 18 de outubro.

A concessão da Microsoft - que poderia ter oferecido uma solução semelhante durante a investigação original - marca uma vitória para a CMA, que adotou uma abordagem rígida em relação aos acordos envolvendo grandes grupos de tecnologia desde que se tornou um órgão regulador autônomo após a saída do Reino Unido da União Europeia.

A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos também se opôs à compra da Activision, mas fracassou nas tentativas de bloqueá-lo. A União Europeia aprovou o negócio depois de aceitar os compromissos da Microsoft de licenciar os jogos da Activision para outras plataformas.

A Microsoft disse que a Ubisoft vai comprar os direitos por meio de um pagamento único e de um mecanismo de preços de atacado com base no mercado, incluindo uma opção que suporta preços com base no uso.

As ações da Ubisoft, listadas em Paris, dispararam mais de 7%, tornando-se as maiores altas do índice pan-europeu STOXX 600.

Escrito por Reuters

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