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Aliado de Putin diz que conflito na Ucrânia pode durar décadas e descarta negociações com Zelenskiy

Placeholder - loading - Vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, durante visita ao Laos 23/05/2023 Sputnik/Yekaterina Shtukina/Pool via REUTERS
Vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, durante visita ao Laos 23/05/2023 Sputnik/Yekaterina Shtukina/Pool via REUTERS

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Por Guy Faulconbridge

MOSCOU (Reuters) - O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, um aliado próximo do presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira que o conflito na Ucrânia pode durar décadas e que as negociações com a Ucrânia são impossíveis enquanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, apoiado pelo Ocidente, estiver no poder.

A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 desencadeou o conflito mais sangrento na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e o maior confronto entre Moscou e o Ocidente desde a crise dos mísseis de Cuba em 1962.

Centenas de milhares de pessoas morreram e muitas outras ficaram gravemente feridas no conflito, cujas raízes remontam a 2014, depois que um presidente pró-russo foi derrubado na revolta popular Maidan da Ucrânia, a Rússia anexou a península da Crimeia e separatistas apoiados pela Rússia tomaram áreas do leste da Ucrânia.

'Esse conflito vai durar muito tempo. Por décadas, provavelmente. Essa é uma nova realidade', disse Medvedev, segundo agências de notícias russas.

Ele disse que a Rússia não pode confiar em nenhuma trégua com os atuais governantes da Ucrânia, pois o conflito simplesmente irromperia novamente e, portanto, a própria natureza do atual governo da Ucrânia teria que ser destruída.

Segundo ele, as negociações com 'o palhaço Zelenskiy' são impossíveis.

'Tudo sempre termina em negociações, e isso é inevitável, mas enquanto essas pessoas estiverem no poder, a situação da Rússia não mudará em termos de negociações.'

Medvedev, que se apresentou como um modernizador liberal quando foi presidente da Rússia entre 2008 e 2012, agora se apresenta como um falcão do Kremlin ferozmente antiocidental. Os diplomatas dizem que suas opiniões dão uma indicação do pensamento nos níveis mais altos da elite do Kremlin.

GUERRA NUCLEAR

Medvedev também advertiu que o Ocidente está subestimando seriamente o risco de uma guerra nuclear por causa da Ucrânia, alertando que a Rússia lançaria um ataque preventivo se a Ucrânia obtivesse armas nucleares.

A Rússia, que possui o maior arsenal nuclear do mundo, acusou repetidamente o Ocidente de travar uma guerra por procuração com a Rússia por meio da Ucrânia, que poderia se transformar em um conflito muito maior.

'Existem leis de guerra irreversíveis. Se se tratar de armas nucleares, terá que haver um ataque preventivo', disse Medvedev.

Permitir armas nucleares à Ucrânia -- uma medida que nenhum Estado ocidental propôs publicamente -- significaria 'um míssil com carga nuclear chegando até eles', disse Medvedev.

'Os anglo-saxões não percebem totalmente isso e acreditam que não chegarão a esse ponto. Isso acontecerá sob certas condições.'

O Ocidente diz que quer ajudar a Ucrânia a vencer seu conflito com a Rússia, e as potências ocidentais forneceram grandes quantidades de armas e munições modernas para Kiev. Mas o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, advertiu que um confronto direto entre a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), apoiada pelos EUA, e a Rússia resultaria na Terceira Guerra Mundial.

A Rússia diz que Washington nunca permitiria que ela armasse um país que faz fronteira com os Estados Unidos, e o Kremlin diz que o Ocidente já está essencialmente travando uma guerra não declarada com a Rússia.

Quando a Ucrânia conquistou sua independência após a dissolução da União Soviética em 1991, ela possuía milhares de armas nucleares. O país as entregou à Rússia de acordo com o Memorando de Budapeste de 1994, em troca de garantias de sua segurança e soberania por parte da Rússia, dos Estados Unidos e do Reino Unido.

(Reportagem de Guy Faulconbridge)

Escrito por Reuters

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