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IPCA-15 acelera em maio sob peso de saúde e gasolina, mas fica abaixo do esperado

Placeholder - loading - Carro é abastecido em posto de combustíveis no Rio de Janeiro 09/09/2021 REUTERS/Pilar Olivares
Carro é abastecido em posto de combustíveis no Rio de Janeiro 09/09/2021 REUTERS/Pilar Olivares

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Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - Os custos de saúde e da gasolina pesaram e a alta do IPCA-15 acelerou em maio, embora tenha ficado um pouco abaixo do esperado e com a taxa em 12 meses mostrando alívio.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,44% em maio depois de ter avançado 0,21% em abril, contra expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,48%.

Os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda que, nos 12 meses até maio, o índice passou a acumular uma alta de 3,70%, de 3,77% no mês anterior e expectativa de 3,72%.

A meta para a inflação em 2024 é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

Em maio, os dados do IBGE mostram que oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram alta dos preços.

O grupo Saúde e cuidados pessoais teve o maior aumento de preços no mês, de 1,07%, sob influência dos produtos farmacêuticos (2,06%) após a autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos a partir de 31 de março.

Já Transportes apresentou avanço de 0,77% em maio, resultado impactado pelas altas de 1,90% da gasolina e de 6,04%das passagens aéreas. Os combustíveis em geral subiram 2,10%, com altas do etanol (4,70%) e do óleo diesel (0,37%).

'Os dados mostram que a inflação está controlada, mas ainda exige atenção. A variação... em maio foi levemente abaixo das expectativas, o que pode sugerir que as pressões inflacionárias estão se suavizando um pouco', avaliou Fabio Murad, sócio da Ipê Investimentos.

'No entanto, a aceleração em relação ao mês anterior e a influência dos grupos Saúde e cuidados pessoais e Transportes indicam que ainda há fatores de risco, considerando a meta de inflação do Banco Central de 3%', completou.

Alimentação e bebidas, com forte peso no bolso dos consumidores, subiu 0,26%, com a alimentação no domicílio em alta de 0,22% em maio e alimentação fora do domicílio subindo 0,37%.

O Banco Central vem ressaltando a preocupação com a pressão sobre os preços de uma atividade econômica e mercado de trabalho com maior dinamismo do que o esperado. Também tem destacado as expectativas de inflação desancoradas e medidas de inflação subjacente (que excluem dados mais voláteis) acima da meta.

O BC reduziu neste mês o ritmo de afrouxamento monetário com um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros Selic, para 10,50% ao ano, após seis quedas consecutivas de 0,50 ponto na taxa. Também foi abandonada a indicação para passos futuros da política monetária.

A ata desse encontro mostrou que todos os diretores defenderam uma política monetária mais contracionista, cautelosa e sem indicação futura sobre os juros, apesar da divisão no colegiado sobre a intensidade do corte na Selic.

'A melhora quase que disseminada nos núcleos segue reforçando um cenário desinflacionário robusto no curto prazo ... A principal exceção fica com os itens mais sensíveis à força da economia e, portanto, relevantes para o Copom, que têm oscilado ao redor de 5%. Dito isso, aos olhos dos juros, fica claro que o nosso desafio não é a inflação corrente, mas as expectativas à frente', disse Igor Cadilhac, economista do PicPay.

A pesquisa Focus divulgada na segunda-feira pelo Banco Central junto ao mercado mostra que a expectativa é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 3,86%, com a Selic a 10,0%.

RIO GRANDE DO SUL

O IBGE informou ainda que a coleta de preços na modalidade remota foi intensificada na região metropolitana de Porto Alegre, área de abrangência da pesquisa, devido à situação de calamidade pública decretada por conta das enchentes que assolam o Estado. A coleta em modo presencial foi feita quando possível.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de abril a 15 de maio de 2024, sendo que aproximadamente 30% da coleta no Rio Grande do Sul foi realizada durante a situação emergencial de modo remoto, por telefone ou internet, em vez do modo presencial.

A coleta remota de preços foi intensificada a partir do dia 6 de maio, quando aproximadamente 70% dos preços já tinham sido coletados, de acordo com o IBGE.

'Ainda assim, nem todos os subitens puderam ser coletados por telefone ou pela internet, como foi o caso de alguns subitens do item hortaliças e verduras', disse o IBGE.

Segundo o IBGE, alguns preços no Estado tiveram que ser estimados, em processo conhecido como imputação, que consiste em atribuir a variação de preços de produtos similares a um produto específico cujo preço não esteja disponível. Alguns dos itens afetados foram cheiro-verde, melancia, sardinha, frango inteiro, conserto de automóvel e manicure.

(Com reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier)

Escrito por Reuters

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