Ansiosa, campanha de Kamala muda estratégia após avanço de Trump
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Por Jeff Mason e Nandita Bose
(Reuters) - A vice-presidente e candidata democrata à Presidência dos EUA, Kamala Harris, está mudando sua estratégia de campanha para conquistar Os votos de mais homens e republicanos, intensificando também seus ataques contra o adversário, o ex-presidente e republicano Donald Trump, enquanto a ansiedade cresce no partido após pesquisas mostrarem importantes avanços por parte do rival.
Kamala está em empate técnico com Trump em alguns Estados-chave, de acordo com pesquisas públicas e outras da própria campanha citadas por fontes democratas, o que causou uma série de disputas e questionamentos internos. É um momento frustrante para uma campanha-relâmpago que começou com um grande choque de entusiasmo e apoio financeiro quando ela substituiu o atual presidente, Joe Biden, depois de uma forte participação na convenção democrata e de ser considerada por muitos como a vencedora do único debate que teve com Trump. “Esta sempre seria uma corrida apertada... Isso não significa que não estamos perdendo o sono por causa dela”, afirmou um assessor da campanha, refletindo o nervosismo entre doadores, auxiliares e conselheiros. Após semanas focando nas políticas públicas e se colocando nos holofotes nacionais, um assessor disse que Kamala está apostando em um retorno à sua postura de promotora, apresentada em julho, com o intuito de mostrar força a eleitores que podem se sentir propensos a aprovar a imagem de homem forte de Trump. Em seu comício na noite de segunda-feira em Erie, na Pensilvânia, ela optou por algo raro: mostrar vídeos de comentários de Trump sobre o “inimigo oculto” dentro dos EUA, para realçar seu argumento de que o republicano é um perigo para o país. Nesta semana, ela conversou com Charlamagne tha God para conquistar eleitores negros, depois deu uma polêmica entrevista à Fox News para falar com conservadores. O próximo na lista pode ser o popular apresentador de podcast Joe Rogan, que tem um público masculino e jovem. Em termos nacionais, a vantagem de Kamala caiu de 7 pontos no fim de setembro para apenas 3 agora, de acordo com pesquisa Reuters/Ipsos. E há ainda mais preocupações para os democratas: ela e Trump estão estatisticamente empatados nos sete Estados-chave que decidirão a corrida eleitoral. Os resultados negativos ocorrem em momento no qual os elevados preços dos alimentos e do aluguel continuam preocupando os norte-americanos, e Trump tem capitalizado os medos em relação à entrada de imigrantes pela fronteira sul, usando uma retórica cada vez mais extremada. O mercado de ações acabou de atingir sua máxima histórica, e alguns importantes analistas afirmam que as políticas de Kamala trarão menos endividamento e maior crescimento econômico do que as de Trump, mas as pesquisas sugerem que os eleitores confiam mais no ex-presidente quando o assunto é um dos principais do processo eleitoral: a economia. “Kamala Harris é a zebra, como ela vem dizendo o tempo todo”, afirmou o estrategista democrata Anthony Coley. “Muitos achavam que essa terminologia era apenas política. Mas ela era verdadeira quando a campanha começou, em julho, e é verdadeira agora, a três semanas da eleição.” Três doadores da campanha de Trump disseram à Reuters nos últimos dias que estão cada vez mais confiantes nas chances do republicano, atribuindo o crescimento ao foco dos norte-americanos quanto ao tema de imigração e à onda de comícios e eventos recentes de Trump. “Eu estava no telefone com a campanha. Eles estão cautelosamente otimistas”, disse. “Só precisamos vencer um dos Estados do paredão azul. É muito factível”, acrescentou, referindo-se a Michigan, Wisconsin e Pensilvânia, que podem dar a Trump a Casa Branca caso ele vença também no Arizona, em Nevada, na Geórgia e na Carolina do Norte. Perguntada na quarta-feira sobre a apertada corrida, Kamala respondeu: “Esta é uma eleição para presidente dos Estados Unidos. Ela não deveria ser fácil mesmo”. Nacionalmente, Kamala reconquistou com tranquilidade os eleitores dos subúrbios e da classe média que estavam apoiando Trump nos últimos meses da campanha de Biden, mostrou pesquisa da Ipsos/Reuters. Mas sondagens internas da campanha democrata sugerem que Kamala está na margem de erro contra Trump em cada um dos sete Estados que decidirão o vencedor, disseram duas fontes. Na última pesquisa, ela estava empatada na Pensilvânia, um pouco à frente no Wisconsin e atrás em Michigan, afirmou uma fonte. O foco de Kamala nos republicanos é uma preocupação para alguns. Nesta semana, a candidata passou por Pensilvânia, Michigan e Wisconsin, enquanto seu companheiro de chapa, o governador de Minnesota, Tim Walz, realiza eventos em Wisconsin, oeste da Pensilvânia, Carolina do Norte e no segundo distrito congressional do Nebraska, onde uma vitória pode fornecer um voto no Colégio Eleitoral que seria potencialmente crucial para ela. 'É a reta final de uma eleição acirrada como as de 2016 e 2020', disse a estrategista democrata Donna Brazile. 'Continuo cautelosamente otimista.' (Reportagem adicional de Andrea Shalal e Alexandra Ulmer)
Escrito por Reuters
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