Apoiadores socialistas pedem que primeiro-ministro espanhol permaneça no cargo
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Por Elena Rodriguez
MADRI (Reuters) - Milhares de apoiadores do Partido Socialista viajaram de toda a Espanha para uma manifestação em Madri neste sábado para pedir que o primeiro-ministro Pedro Sánchez permaneça, após ele chocar o país nesta semana dizendo que poderia deixar o cargo.
Sánchez disse na quarta-feira que se afastaria por “alguns dias” para decidir se quer continuar liderando o governo, após um tribunal lançar um inquérito de corrupção empresarial sobre os negócios privados de sua esposa. Ele afirmou que isso faz parte de uma campanha constante de difamação de adversários políticos contra ele e sua família.
Sánchez negou as acusações contra sua esposa, Begoña Gómez, e disse que anunciará a decisão sobre seu futuro na segunda-feira.
“Primeiro-ministro, fique, Pedro, fique. Estamos com você”, afirmou a vice-primeira-ministra e ministra do Tesouro, Maria Jesús Montero, a uma reunião do comitê federal do Partido Socialista, em sua sede, em Madri.
No lado de fora, apoiadores eufóricos se aglomeraram nas ruas e tocaram músicas populares pedindo para que Sánchez continue, muitos agitando bandeiras ou com os rostos pintados.
Cerca de 12.500 apoiadores foram à manifestação, segundo o governo espanhol.
“Espero que ele continue porque a Espanha tem que continuar com ele. Se não, isso me assusta. Temos medo do que viria”, disse Leonor Romero, vereadora de Huelva, no sul da Espanha, à Reuters.
“Ele precisa continuar. Eu acho que ele não renunciará. Eles nos deixará órfãos”, disse José Luis Trigo, aposentado de 74 anos.
Partidos de oposição condenaram a decisão de Sánchez.
“Peço que todos os cidadãos não sejam enganados. A Espanha não tem um problema, quem tem um problema judicial é Sánchez, seu governo, seu partido e seu círculo. Deixem que eles o resolvam”, afirmou Alberto Nuñez Feijoo, líder do partido conservador de oposição Partido Popular (PP), em uma reunião em Tarragona, na Catalunha.
Segundo uma pesquisa da empresa Sigmados, encomendada pelo PP, 54,1% das pessoas acreditam que o período de reflexão de Sánchez é uma “estratégia política” para ganhar apoio, antes das eleições catalãs em 12 de maio e das eleições do Parlamento Europeu em junho.
Aproximadamente 56,4% das 1.527 pessoas consultadas afirmaram que acreditam que Sánchez não renunciará nesta segunda-feira, e 21,2% disseram que acham que o primeiro-ministro convocará um voto de confiança no Parlamento.
A promotoria de Madri disse na quinta-feira que está recorrendo da decisão de um tribunal municipal na última quarta-feira de analisar uma queixa privada apresentada por um grupo ativista ligado à extrema-direita contra Gómez por acusações de tráfico de influência e corrupção empresarial.
Sánchez chegou ao poder em 2018.
(Reportagem de Belen Carreño, Graham Keeley, reportagem adicional de Elena Rodriguez, Raul Cadenas, Juan Medina, Violeta Santos)
Escrito por Reuters
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