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Arábia Saudita adia acordo com Israel em meio à guerra e se aproxima do Irã, dizem fontes

Placeholder - loading - Príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, recebre o presidente dos EUA, Joe Biden, em palácio de Jedá 15/07/2022 Bandar Algaloud/Cortesia da Corte Real Saudita/Divulgação via REUTERS
Príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, recebre o presidente dos EUA, Joe Biden, em palácio de Jedá 15/07/2022 Bandar Algaloud/Cortesia da Corte Real Saudita/Divulgação via REUTERS

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Por Aziz El Yaakoubi e Parisa Hafezi

RIAD (Reuters) - A Arábia Saudita está colocando em espera os planos apoiados pelos Estados Unidos para normalizar as relações com Israel, disseram duas fontes familiarizadas com o pensamento de Riad, sinalizando uma reavaliação das prioridades de política externa do país à medida que a guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas avança.

O conflito também levou a Arábia Saudita a se aproximar do Irã. O príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, recebeu o primeiro telefonema do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, à medida que o governo saudita tenta impedir um aumento da violência na região.

As duas fontes disseram à Reuters que haveria um atraso nas negociações de normalização nas relações com Israel, que foram um passo fundamental para o país garantir o que Riad considera como um verdadeiro prêmio em troca de um pacto de defesa com os Estados Unidos.

Até o Hamas, apoiado pelo Irã, desencadear a guerra dia 7 de outubro, ao realizar um ataque devastador contra Israel, líderes israelenses e sauditas diziam que estavam avançando em um acordo que poderia trazer uma nova configuração ao Oriente Médio.

Antes do atual conflito, a Arábia Saudita tinha indicado que não permitiria que sua busca por um pacto de defesa com os Estados Unidos fosse prejudicada, mesmo que Israel não oferecesse concessões significativas aos palestinos na sua candidatura à criação de um Estado, disseram fontes.

Porém, uma abordagem que marginalizasse os palestinos seria um risco e poderia irritar os árabes de toda a região, à medida que os meios de comunicação árabes divulgam imagens de palestinos mortos em ataques aéreos de Israel. A Arábia Saudita é o berço do Islã e lar dos seus dois locais mais sagrados.

Os combatentes do Hamas mataram mais de 1.300 israelenses no ataque de 7 de outubro, e mais de 1.500 morreram em Gaza até esta sexta-feira nos ataques contínuos de Israel em resposta aos ataques do Hamas.

A primeira fonte familiarizada com o pensamento de Riad disse que as negociações não poderiam continuar neste momento e que a questão das concessões israelenses aos palestinos precisaria ser uma prioridade quando as discussões forem retomadas -- um comentário que indica que Riad não abandonou a ideia.

O governo saudita não respondeu a pedidos de comentários enviados por email sobre esta reportagem.

A mudança saudita aponta os desafios enfrentados pelos esforços dos Estados Unidos em aprofundar a integração de Israel numa região onde a causa palestina continua sendo uma grande preocupação árabe.

'A normalização das relações já era considerada um tabu (no mundo árabe)... Esta guerra está apenas ampliando a questão', disse o analista saudita Aziz Alghashian.

A fonte disse ainda que Washington pressionou Riad esta semana para condenar o ataque do Hamas, mas disse que o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, príncipe Faisal bin Farhan, rejeitou. Uma fonte dos Estados Unidos familiarizada com o assunto confirmou a informaçao.

(Reportagem de Aziz El Yaakoubi e Parisa Hafezi; Reportagem adicional de Matt Spetalnick, em Washington, e Humeyra Pamuk)

Escrito por Reuters

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