Armênia e Azerbaijão concordam em distensionar conflito de Nagorno-Karabakh
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Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - Armênia e Azerbaijão concordaram nesta sexta-feira em não alvejar deliberadamente civis em um conflito no enclave montanhoso de Nagorno-Karabakh, onde centenas de pessoas foram mortas em mais de um mês de combates.
O acordo, que fica aquém do que teria sido um quarto cessar-fogo, foi alcançado durante negociações em Genebra entre os chanceleres dos países e enviados de França, Rússia e Estados Unidos, co-líderes do grupo criado para mediar o conflito.
Os co-presidentes do Grupo de Minsk da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) disseram em um comunicado que Armênia e Azerbaijão também concordaram em trocar corpos de combatentes e fornecer em uma semana listas de prisioneiros de guerra detidos, com o objetivo de uma eventual troca.
Grupos de direitos humanos pediram anteriormente a suspensão imediata do uso de armas proibidas por ambos os lados, depois da confirmação do uso de munições cluster disparadas ou fornecidas por forças armênias em um ataque nesta semana na cidade azeri de Barda.
Os piores combates ocorridos no sul do Cáucaso em mais de 25 anos destacam o aumento da influência da Turquia, aliada do Azerbaijão, em uma ex-região soviética considerada pela Rússia como sua esfera de influência.
Nagorno-Karabakh é território reconhecido internacionalmente como parte do Azerbaijão, mas é povoado e controlado por armênios étnicos. Cerca de 30.000 pessoas foram mortas em uma guerra de 1991 a 1994 na região.
O presidente azeri, Ilham Aliyev, disse no Twitter que as tropas do país haviam tomado mais nove assentamentos. As regiões a que se referiu estão na parte sul da zona de conflito, perto da fronteira com o Irã.
Os ganhos militares do Azerbaijão desde o início dos combates em 27 de setembro tornam a negociação de um acordo mais difícil. Aliyev rejeitou qualquer solução que deixe os armênios no controle do território reivindicado por ambos os países como parte de sua pátria histórica.
(Reportagem de Stephanie Nebehay, em Genebra; Nvard Hovhannisyan, em Yerevan; e Nailia Bagirova, em Baku)
Escrito por Reuters
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