Ataque cibernético chinês ao Tesouro dos EUA teve escritório de sanções como alvo, diz jornal
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WASHINGTON (Reuters) - Hackers do governo da China invadiram o sistema do escritório do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos que administra sanções econômicas, informou o jornal The Washington Post na quarta-feira, identificando os alvos de um ataque cibernético que o Tesouro divulgou nesta semana.
Citando autoridades norte-americanas não identificadas, o The Washington Post disse que os hackers comprometeram o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros e o Escritório de Pesquisa Financeira e também visaram o escritório da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen.
Nesta semana, o departamento divulgou em uma carta a parlamentares que os hackers roubaram documentos não confidenciais em um 'incidente grave'. O Tesouro não especificou quais usuários ou departamentos foram afetados.
Questionado sobre a reportagem, Liu Pengyu, porta-voz da embaixada da China em Washington, disse que a alegação 'irracional' dos EUA é 'sem qualquer base factual' e representa 'ataques de difamação' contra Pequim.
A declaração disse que a China 'combate todas as formas de ataques cibernéticos' e não abordou diretamente a reportagem do The Washington Post sobre alvos específicos.
O Departamento do Tesouro não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários sobre a reportagem.
O The Washington Post citou suas fontes dizendo que uma das principais áreas de interesse do governo chinês seriam as entidades chinesas que o governo norte-americano pode estar considerando designar para sanções.
Empresas, indivíduos e entidades chinesas têm sido alvo frequente das sanções dos EUA, que Washington tem usado como uma ferramenta fundamental em sua política externa.
Os Estados Unidos consideram a China seu maior adversário em termos de política externa e, no mês passado, Yellen disse à Reuters que Washington não descartaria a possibilidade de aplicar sanções aos bancos chineses, à medida que busca reduzir a receita de petróleo da Rússia e o acesso a suprimentos estrangeiros para fomentar sua guerra na Ucrânia.
(Por Jasper Ward e David Brunnstrom)
Escrito por Reuters