Atos no Dia da Mulher buscam direitos iguais, com foco em Irã e Afeganistão
Publicada em
(Reuters) - Atos para marcar o Dia Internacional da Mulher aconteceram em todo o mundo nesta quarta-feira, após um ano em que meninas no Afeganistão foram proibidas de estudar, protestos em massa pelos direitos das mulheres explodiram no Irã e uma decisão histórica sobre aborto nos Estados Unidos foi anulada.
Manifestações foram realizadas em cidades de todo o mundo, com mais planejadas em Paris, Beirute, Bagdá, Karachi, Istambul e muitas outras.
Em Manila, ativistas pedindo direitos iguais e melhores salários brigaram com a polícia que bloqueava seu protesto.
'As meninas só querem ter direitos fundamentais', dizia um cartaz.
Em Melbourne, manifestantes exigiam salários iguais e melhor segurança para as mulheres. 'Seguras, respeitadas, iguais', dizia uma faixa no ato. Um contingente iraniano também estava presente.
Muitos protestos incluíram pedidos de solidariedade com as mulheres no Irã e no Afeganistão, onde suas liberdades enfrentaram golpes especialmente duros no ano passado.
'O Afeganistão sob o Taliban continua sendo o país mais repressivo do mundo em relação aos direitos das mulheres, e tem sido angustiante testemunhar seus esforços metódicos, deliberados e sistemáticos para expulsar as mulheres e meninas afegãs da esfera pública', disse Roza Otunbayeva, chefe da Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (Unama).
A morte em setembro de Mahsa Amini, de 23 anos, sob custódia da polícia moral em Teerã desencadeou os maiores protestos antigovernamentais no Irã em anos.
Nos últimos dias, os governantes clericais do Irã enfrentaram nova pressão à medida que a raiva da população foi agravada por uma onda de ataques de envenenamento que afetaram alunas em dezenas de escolas.
Aborto e direitos reprodutivos estiveram na agenda de atos internacionais nesta quarta-feira, nove meses depois que a Suprema Corte dos Estados Unidos anulou a histórica decisão Roe vs Wade de 1973 que reconheceu o direito constitucional das mulheres ao aborto.
Alguns governos marcaram a quarta-feira com mudanças legislativas ou promessas.
O Canadá revogou leis históricas de indecência e antiaborto, o Japão disse que é preciso fazer mais para mudar as atitudes sobre gênero e a Irlanda anunciou um referendo em novembro para remover referências antiquadas às mulheres na constituição.
A primeira mulher primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, focou no papel das mulheres na economia, dizendo que as empresas estatais deveriam ter pelo menos uma líder feminina.
(Reportagem da Reuters)
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO