Autor norueguês Jon Fosse vence Prêmio Nobel de Literatura de 2023
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Por Simon Johnson e Terje Solsvik
ESTOCOLMO (Reuters) - O autor e dramaturgo norueguês Jon Fosse venceu o Prêmio Nobel de Literatura de 2023 'por suas peças e prosa inovadoras que dão voz ao indizível', informou o órgão que concede a honraria nesta quinta-feira.
O prêmio é concedido pela Academia Sueca e vale 11 milhões de coroas suecas (cerca de 1 milhão de dólares).
A academia disse que Fosse, nascido em 1959 em Haugesund, na costa oeste da Noruega, produziu obras que abrangem uma variedade de gêneros, incluindo peças de teatro, romances, coleções de poesia, ensaios, livros infantis e traduções. Ele é um dos dramaturgos mais representados do mundo, segundo a publicação.
'Fosse combina o enraizamento na língua e na natureza de sua origem norueguesa com as técnicas artísticas do modernismo', disse Anders Olsson, membro da Academia Sueca.
O autor declarou estar 'impressionado e um pouco assustado'.
'Vejo isso como um prêmio para a literatura que, antes de tudo, tem como objetivo ser literatura, sem outras considerações', disse ele em um comunicado.
Fosse, de 64 anos, que escreve na versão menos comum das duas versões oficiais do norueguês, disse que considerava o prêmio um reconhecimento desse idioma e do movimento que o promove, e que, em última análise, ele devia o prêmio ao próprio idioma.
Conhecido como 'novo norueguês' e usado por apenas cerca de 10% da população do país, a versão de Fosse do idioma foi desenvolvida no século 19 com dialetos rurais em sua base, tornando-se uma alternativa ao uso dominante do dinamarquês que se seguiu a uma união de 400 anos com a Dinamarca.
Estabelecido no testamento do inventor do dinamite e empresário sueco Alfred Nobel, os prêmios por realizações em literatura, ciência e paz são concedidos desde 1901, tornando-se o auge da carreira nessas áreas.
Junto do prêmio da paz, a literatura tem atraído a maior atenção e controvérsia, colocando autores menos conhecidos sob os holofotes globais e aumentando as vendas de livros de superestrelas literárias bem estabelecidas.
Ao longo dos anos, o prêmio de literatura também escolheu vencedores que vão muito além da tradição dos romancistas, incluindo dramaturgos, historiadores, filósofos e poetas, chegando até mesmo a inovar com a premiação do cantor e compositor Bob Dylan em 2016.
O Nobel do ano passado foi conquistado pela autora Annie Ernaux por seus livros amplamente autobiográficos que examinam a memória e a desigualdade social, tornando-a a primeira mulher francesa a ganhar o prêmio literário mais prestigiado do mundo.
Escrito por Reuters
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