Avante centro histórico de São Paulo
O Edifício Copan, um dos ícones da capital paulista, será revitalizado
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O emblemático Edifício Copan, obra modernista construída em 1952, irá passar por uma reestruturação. Localizado no centro de São Paulo, ao final da Rua da Consolação e em frente à Avenida Ipiranga, o prédio chama a atenção pelas formas sinuosas e marcantes.
Como não podia ser diferente, para grandes estruturas são necessários grandes projetos. As 115 milhões de pastilhas da fachada, que cobrem uma área de 46 mil m², devem ser substituídas.
Ainda há planos para implementação de um museu no local, que contará as histórias do edifício, e um observatório no terraço - no estilo do terraço no Sesc da Avenida Paulista – que também está em reforma.
A obra deve custar cerca de 20 milhões de reais e levar pelo menos 3 anos para execução. As mudanças estão sendo feitas pela própria administração do edifício, que pretende levantar o orçamento necessário a partir da iniciativa privada. Os responsáveis afirmam que já têm aproximadamente metade do valor.
Uma das intenções da obra é transformar o prédio em um gigantesco painel publicitário, dentro das normas da Lei Cidade Limpa (Lei nº 14.223), que evita a poluição visual na cidade de São Paulo. Os anúncios não poderão ultrapassar os 10m² estabelecidos pela Prefeitura e terão que ficar separados por uma distância mínima de 40 metros.
A história do Edifício Copan
Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a construção é uma homenagem ao IV centenário de São Paulo, que, na época, preparava-se para a condição de grande metrópole e precisava de construções que representassem sua magnitude. O Edifício Copan começou a ser construído em 1952 e foi inaugurado em 1976, época da ditadura militar no país, tornando-se o feito monumental com a maior estrutura de concreto armado.
A estrutura tem 115 metros de altura, divididos em 32 andares e 120 mil m² de área construída. Contêm seis blocos, com um total de 1.160 apartamentos de dimensões variadas, numa estimativa de 5 mil residentes e mais 70 estabelecimentos comerciais, 221 vagas na garagem e 20 elevadores. Os Correios decidiram, até mesmo, designar para o condomínio do edifício um CEP especial, 01066-900.
O prédio transformou-se, com o passar dos anos, em uma verdadeira cidade. Hoje em dia, é possível até mesmo praticar meditação com um monge budista, uma vez por mês, no terraço. O benefício é exclusivo para moradores.
Muito mais do apenas uma mega construção, o Edifício Copan representa hoje para a cidade de São Paulo um ícone arquitetônico modernista. O prédio promove engajamento político e social diariamente entre os moradores e visitantes de todos os credos e classes.
A ocupação comercial
Os estabelecimentos comerciais vão do térreo até o quarto andar. Os mais conhecidos são o Bar da Onça, que disputa lugar com a fachada virada pra rua, e o Centro Cultural Pivô, muitas vezes confundido como galeria de arte por ser um espaço totalmente democrático e gratuito, apesar de não colocar as obras expostas à venda.
O espaço de arte está localizado no andar projetado pelo arquiteto para gerar estabilidade no prédio. A área de 3.500m², com pé direito alto e irregular (o espaço entre o teto e o chão varia de 1 a 6 metros) é ideal para uma proposta artística.
Livia Benedetti, assistente curatorial do Pivô, conversou com o repórter Ugor Feio da Antena 1 e contou que, antes de ser um espaço de arte autônomo, o lugar era a clínica médica dos funcionários do Bradesco - um cenário de filme de terror perfeito, após 20 anos abandonado.
Depois de uma reestruturação, o andar tornou-se o receptáculo para inauguração do Pivô, que tem como objetivo proporcionar aos artistas, e aos frequentadores, um contexto para reflexões críticas, além de experiências estéticas.
Escrito por Redação
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