Azerbaijão cancela encontro com Armênia em Washington e acusa EUA de ter viés
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(Reuters) - O Ministério das Relações Exteriores do Azerbaijão disse nesta quinta-feira que não poderá participar de uma reunião com o chanceler da Armênia, programada para 20 de novembro em Washington, devido à 'abordagem unilateral dos Estados Unidos'.
O ministério disse que as autoridades norte-americanas também não são bem-vindas em Baku pelo mesmo motivo.
Enquanto isso, o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, disse que pretende intensificar os esforços políticos e diplomáticos para assinar um tratado de paz com o Azerbaijão, informou a agência de notícias russa Tass nesta quinta-feira.
Os dois países do Cáucaso estão em conflito há décadas, principalmente sobre a região de Nagorno-Karabakh, reconhecida internacionalmente como parte do Azerbaijão, mas que era amplamente povoada e controlada por armênios étnicos com o apoio de Yerevan até que Baku a recapturou em setembro.
O Azerbaijão se opôs, em particular, aos comentários 'unilaterais e tendenciosos' feitos na quarta-feira pelo secretário de Estado adjunto dos EUA, James O'Brien, ao Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados norte-americana.
O Azerbaijão afirmou que, quando O'Brien disse que o uso da força pelo Azerbaijão em setembro havia levado a maior parte da população de mais de 100.000 armênios étnicos a fugir, ele não mencionou o 'estacionamento ilegal de mais de 10.000 forças armadas armênias'.
O ministério reclamou que O'Brien não mencionou que 'por mais de dois meses a Armênia não tem respondido' às propostas de paz do Azerbaijão. A declaração azeri também disse que Washington continuava oferecendo apoio à Armênia, embora o país seja 'um agressor e uma fonte de desestabilização na região'.
O'Brien disse que os EUA haviam cancelado reuniões e compromissos bilaterais de alto nível com o Azerbaijão e que continuariam pedindo que o país 'facilite o retorno dos armênios de Nagorno-Karabakh que desejem voltar para suas casas ou visitar locais culturais na região, bem como restaurar o tráfego comercial, humanitário e de pedestres desimpedido na região'.
Escrito por Reuters
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