Azerbaijão e Turquia realizam primeiros exercícios conjuntos desde vitória em Nagorno-Karabakh
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(Reuters) - O Azerbaijão disse nesta segunda-feira que havia iniciado uma série de exercícios militares conjuntos com a aliada Turquia, os primeiros desde que o governo de Baku retomou a região separatista de Nagorno-Karabakh no mês passado, levando a maioria dos armênios étnicos do território a fugir.
O Ministério da Defesa do Azerbaijão disse em um comunicado que até 3.000 militares estavam participando dos exercícios nomeados em homenagem ao fundador da Turquia moderna, Mustafa Kemal Ataturk.
O ministério afirmou que os exercícios estavam sendo realizados em todo o Azerbaijão, inclusive em Baku, no exclave de Nakhichevan, que faz fronteira com a Turquia, e no que chamou de 'territórios libertados' de Karabakh.
A Turquia tem estreitos laços linguísticos e culturais com o Azerbaijão e ofereceu a Baku apoio militar e político durante o conflito de três décadas com a Armênia, com a qual Ancara não tem relações diplomáticas formais.
Armênia e o Azerbaijão têm demonstrado recentemente disposição para assinar um tratado de paz que encerre formalmente o conflito, após a vitória do Azerbaijão em Nagorno-Karabakh e o êxodo de quase todos os 120 mil armênios étnicos da região.
Os ministros das Relações Exteriores dos dois países, junto de Turquia, Irã e Rússia, deveriam realizar discussões em Teerã nesta segunda-feira sobre o progresso em direção a um acordo de paz.
No entanto, Baku acusou Yerevan neste mês de prejudicar o processo de paz com uma 'retórica agressiva'.
A Armênia descreve a fuga dos armênios de Nagorno-Karabakh como uma limpeza étnica motivada pela ameaça de violência após um bloqueio de nove meses de suprimentos essenciais, o mais recente capítulo de um conflito entre armênios cristãos e azeris muçulmanos turcos que remonta a mais de um século.
O Azerbaijão diz que os civis armênios de Nagorno-Karabakh eram bem-vindos para ficar e se integrar à sociedade azeri, mas saíram voluntariamente.
(Por Felix Light)
Escrito por Reuters
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