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BC eleva juros a 10,75% e aponta risco maior de alta da inflação

Placeholder - loading - Edifício do Banco Central, em Brasília 11/06/2024 REUTERS/Adriano Machado
Edifício do Banco Central, em Brasília 11/06/2024 REUTERS/Adriano Machado
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Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central decidiu nesta quarta-feira elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, a 10,75% ao ano, em decisão unânime de sua diretoria, passando a ver um cenário com risco mais elevado de alta da inflação à frente e sugerindo também um possível superaquecimento da economia brasileira.

A primeira alta de juros em pouco mais de dois anos veio após autoridades do BC terem chamado atenção para a força da atividade econômica e afirmado que o aperto nos juros era uma possibilidade.

Em comunicado, o Comitê de Política Monetária (Copom) não deixou claro o que fará em sua reunião de novembro, mas ressaltou que o ritmo de ajustes futuros na Selic e a magnitude total do ciclo agora iniciado serão ditados pelo 'firme compromisso' de convergência da inflação à meta e dependerão da dinâmica dos preços.

Segundo a autarquia, essa avaliação levará em conta, em especial, os componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, as projeções e expectativas de inflação, o hiato do produto e o balanço de riscos para os preços à frente.

O BC deixou de ver uma equivalência de riscos que podem pressionar a inflação para cima ou para baixo, apresentando agora visão mais pessimista.

'O Comitê avalia que há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação', afirmou.

Em outro fator colocado pelo Copom como determinante para as análises futuras, o BC passou a afirmar que o dinamismo maior que o esperado na atividade e no mercado de trabalho levou a uma reavaliação do hiato do produto para o campo positivo -- quando a economia está operando acima do seu potencial, indicando superaquecimento.

'O cenário, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista', afirmou.

O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, sublinhou uma 'mudança importante na mensagem do comitê', que excluiu o trecho que destacava a necessidade de maior vigilância, passando a dizer que o cenário demanda política monetária mais contracionista.

'O Copom não só deixou aberta a possibilidade de acelerar as altas para 0,50 ponto, como não deu quaisquer sinais sobre a taxa terminal do ciclo, uma mensagem bastante conservadora em nossa visão', acrescentou.

Para o economista Banco Master Paulo Gala, o BC destacou que o balanço de riscos está claramente desequilibrado, a economia já começa a operar acima da sua capacidade e as expectativas de inflação estão completamente fora da meta.

'Se o Copom não tivesse feito nada, ele basicamente estaria rasgando a meta de inflação. O que ele está dizendo de maneira bem clara é que a meta de inflação é para valer, que ele vai agir', afirmou.

A decisão desta quarta veio em linha com a expectativa de mercado captada em pesquisa da Reuters, na qual 36 de 40 economistas entrevistados projetavam que o BC elevaria a Selic em 0,25 ponto nesta quarta. O último aumento da taxa havia ocorrido em agosto de 2022, quando passou de 13,25% para 13,75%.

Com o ajuste desta quarta, a autoridade monetária desfez o corte de 0,25 ponto implementado em maio, o último antes de interromper o ciclo de reduções na Selic que vinha colocando em prática desde agosto de 2023. A taxa permaneceu estável nas reuniões de junho e julho.

O Copom ainda manteve em seu comunicado a afirmação de que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida pública impacta a política monetária, citando que a percepção do mercado sobre as contas públicas tem afetado preços de ativos e expectativas.

A decisão do BC, que cita dúvidas sobre os juros nos Estados Unidos entre os fatores que colaboram para um ambiente desafiador, ocorreu horas após o banco central norte-americano cortar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, sinalizando mais cortes à frente, o que pode indicar um cenário mais benigno para países emergentes.

PROJEÇÕES PIORAM

Desde a última reunião do Copom, as expectativas de mercado para os preços à frente seguiram desancoradas, fator tratado enfaticamente com preocupação pela autarquia, com a previsão para o IPCA de 2025 no boletim Focus oscilando de 3,96% para 3,95% entre julho e esta semana.

O próprio BC piorou nesta quarta suas projeções de inflação em relação a julho, com estimativas passando de 4,2% para 4,3% em 2024 e de 3,6% para 3,7% em 2025 no cenário de referência, que segue as projeções de mercado para a trajetória dos juros.

O comunicado também apresentou projeção para a inflação no primeiro trimestre de 2026, que passou de 3,4% para 3,5% no cenário de referência.

O centro da meta oficial para a inflação neste e nos próximos anos é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A reunião do Copom desta semana foi a primeira após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, para assumir a presidência da autarquia a partir de 2025. O nome escolhido pelo governo ainda passará por avaliação e votação no Senado.

Falas recente de Galípolo foram lidas por analistas de mercado como posicionamentos mais duros para a condução da política monetária. Desde a reunião de julho, ele afirmou que uma possível alta nos juros estava na mesa do Copom e destacou haver desconforto com as expectativas de mercado desancoradas.

O atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, por sua vez, afirmou no fim de agosto que a autarquia faria o que fosse preciso para alcançar a meta de inflação, mas ponderou que um eventual ciclo de ajuste nos juros básicos seria gradual.

Escrito por Reuters

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SHOWS DE NORAH JONES NO BRASIL CELEBRAM BOA FASE DA CANTORA

Prestes a iniciar sua quinta passagem pelo Brasil, Norah Jones vive um dos momentos mais inspirados de sua carreira. Após conquistar o Grammy de Melhor Álbum Vocal Pop Tradicional com Visions, lançado em março de 2024, a artista reafirma seu espaço como uma das vozes mais singulares e consistentes da música contemporânea.

Norah Jones vive novo auge criativo com “Visions”

Produzido em parceria com Leon Michels, Visions apresenta uma fusão elegante de jazz contemporâneo, soul e baladas suaves, reafirmando o estilo inconfundível de Norah. Entre as faixas mais ouvidas nas plataformas de streaming estão “Running”, “Staring at the Wall” e “Paradise”, que estarão no repertório da turnê.

Além do novo álbum, Norah Jones também se destacou recentemente com seu podcast Playing Along, onde conversa com músicos sobre criação artística. O projeto vem ampliando sua base de fãs e aproximando a artista de um público mais jovem, sem perder a essência que marcou sua trajetória desde o sucesso de Come Away With Me (2002).

A herança musical familiar

Filha do lendário músico indiano Ravi Shankar, Norah carrega uma herança musical diversa e profundamente enraizada em tradições do mundo todo. Embora tenha seguido um caminho distinto ao do pai, seu domínio do piano, sua habilidade como compositora e sua busca por autenticidade refletem uma sensibilidade herdada e cultivada ao longo da vida.

A relação de Norah Jones com o Brasil

A conexão da artista com o Brasil vai além da música. Sua mãe, a produtora e dançarina Sue Jones, morou no Rio de Janeiro durante os anos 1960, período em que teve contato próximo com a cena artística brasileira e desenvolveu um forte apreço pela cultura local — algo que Norah cresceu ouvindo em casa e que influencia sua visão musical até hoje. Essa forte relação emocional tem sido parte da experiência da artista com o público local.

“Sinto que o público brasileiro escuta com o coração”, disse Norah em recente entrevista. “Sempre me emocionei aqui.”

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