BCE está perto de atingir meta de inflação, diz Kazimir
Publicada em
(Reuters) - O Banco Central Europeu pode atingir sua meta de inflação de 2% nos próximos meses, mas as perspectivas econômicas são incertas demais para que o banco forneça qualquer orientação significativa sobre seu próximo movimento de política monetária, disse o membro do BCE Peter Kazimir.
O BCE cortou na quinta-feira as taxas de juros pela sétima vez em um ano, mas deu poucos sinais sobre medidas futuras, mesmo quando alertou que a política comercial errática dos Estados Unidos deve pesar sobre o crescimento e pode aumentar a volatilidade econômica.
'A inflação está se aproximando da meta e estou confiante de que a alcançaremos nos próximos meses', disse Kazimir, presidente do banco central da Eslováquia, em uma publicação no blog.
O banco previu anteriormente que a inflação só chegaria a 2% no início de 2026, de modo que os comentários de Kazimir sugerem que o aumento dos preços poderia cair mais rapidamente no ambiente atual do que a previsão anterior.
Kazimir também argumentou que os cortes nos juros já colocaram a taxa de depósito de 2,25% do BCE em uma faixa que não restringe mais o crescimento econômico e que pode ser considerada próxima de uma posição neutra.
Kazimir advertiu contra a tentativa de prever o rumo da política monetária devido aos riscos e às 'condições voláteis e muitas vezes caóticas de hoje'.
'Estamos operando em um ambiente de mudanças rápidas', disse Kazimir. 'A incerteza domina o cenário econômico.'
'O aumento das tensões comerciais globais, particularmente aquelas decorrentes das políticas tarifárias dos EUA, introduziu uma ambiguidade significativa no sistema, corroendo a confiança', acrescentou.
Os mercados ainda preveem pelo menos mais dois cortes nos juros este ano e veem 50% de chance de um terceiro movimento, sugerindo que a taxa de depósito poderia terminar 2025 em 1,50% ou 1,75%.
Kazimir, no entanto, insistiu que as decisões serão baseadas em dados e que o BCE não está em um curso predefinido.
'A decisão de junho dependerá muito de novos dados, previsões atualizadas e avaliação de risco', disse Kazimir. 'Isso reforça nosso compromisso com a flexibilidade e a agilidade.'
(Reportagem de Balazs Karonyi e Jan Lopatka)
Escrito por Reuters