BCE eleva perspectiva de recuperação, mas mantém estímulos
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Por Balazs Koranyi e Francesco Canepa
FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu elevou sua perspectiva de crescimento e inflação nesta quinta-feira, mas prometeu manter um o forte estímulo, temendo que qualquer recuo agora acelere um aumento já preocupante nos custos de empréstimos e sufoque a recuperação que está a caminho.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que as autoridades concordaram em fazer novas compras de emergência durante o próximo trimestre 'em um ritmo significativamente maior' do que durante os primeiros meses do ano, mas não deu mais detalhes sobre os níveis esperados.
'Faremos isso nos próximos três meses de acordo com as condições do mercado, que incluem claramente a sazonalidade', disse Lagarde em entrevista coletiva, referindo-se aos níveis tipicamente mais baixos de liquidez nos meses de verão na Europa.
A zona do euro, composta por 19 países, tem contado com a copiosa impressão de dinheiro do BCE para financiar os crescentes déficits do governo, deixando a economia especialmente vulnerável a qualquer restrição.
O BCE comprou aproximadamente 80 bilhões de euros em dívida por mês no âmbito do Programa de Compras de Emergência da Pandemia (PEPP) neste trimestre, ante cerca de 62 bilhões de euros no primeiro trimestre.
Os mercados em grande parte ignoraram as notícias, já que sugestões de membros do banco, incluindo Lagarde, deixaram claro que o BCE prefere errar por excesso de cautela e não arriscar uma redução precoce do PEPP de 1,85 trilhão de euros.
Mantendo sua orientação de longa data, o BCE também disse que o PEPP durará até março de 2022 e que se reserva o direito de comprar menos do que sua cota de compra ou aumentá-la conforme necessário para 'manter condições de financiamento favoráveis'.
Também era esperado um aumento nas principais previsões econômicas do BCE para a economia da zona do euro, à medida que as campanhas de vacinação aceleram e aumentam a perspectiva de que o enorme setor de serviços volte a funcionar conforme as medidas de contenção da pandemia diminuem.
A previsão de crescimento da economia subiu para 4,6% neste ano e 4,7% no próximo, em comparação com as projeções de março de 4,0% e 4,1%, respectivamente. A inflação está agora estimada em 1,9% este ano e 1,5% no próximo, acima das previsões anteriores de 1,5% e 1,2%, respectivamente.
Embora Lagarde tenha dito que houve um 'ligeiro movimento de alta' no núcleo da inflação, ela enfatizou que o cenário inflacionário permanece moderado, com a taxa bem abaixo da meta de quase 2%.
'Estamos longe do nosso objetivo final. Certamente não estamos onde gostaríamos de estar quando a pandemia acabar', disse.
O BCE também melhorou sua orientação sobre o crescimento, declarando riscos 'amplamente equilibrados', em vez de inclinados para o lado negativo.
A Europa também está muito atrás dos Estados Unidos em sua recuperação e atrasada nas vacinações, de modo que qualquer retirada de apoio antes do Federal Reserve dos EUA seria vista como um sinal perigoso.
Dados divulgados nesta quinta-feira mostraram que o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu na semana passada para o nível mais baixo em quase 15 meses, enquanto os preços ao consumidor aumentaram ainda mais em maio, com o aumento da demanda interna.
Escrito por Reuters
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