Belarus liberta dez presos políticos, mas mantém 1.400 na cadeia, dizem grupos de defesa dos direitos humanos
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Por Mark Trevelyan
(Reuters) - O líder de Belarus, Alexander Lukashenko, soltou pelo menos dez presos políticos, incluindo um veterano membro da oposição que está com câncer, disseram nesta quinta-feira ativistas pelos direitos humanos. Mas mesmo o raro perdão a esses detidos ainda deixa outras 1.400 pessoas atrás das grades por causa de atividades políticas, a maioria presa depois de ter participado de protestos pacíficos em 2020. Elas foram condenadas por vários crimes relacionados a um suposto extremismo. O grupo de defesa dos direitos humanos Viasna afirmou que três mulheres e sete homens foram soltos. O único que foi identificado pelos parentes é Ryhor Kastusiou, de 67 anos, ex-líder de um partido de oposição e candidato presidencial. Ele foi preso em 2021 e condenado a passar dez anos em uma colônia penal, depois de ter sido considerado culpado por tramar contra o governo para assumir o poder. Após a prisão, ele foi diagnosticado com câncer. Ativistas afirmaram que a comemoração foi um tanto agridoce: “Essa é uma grande alegria, claro, quase infantil. Mas é alegria em meio a lágrimas, quando há muita raiva também pelo que as pessoas tiveram que passar”, afirmou Inna Kovalenok, representante de um grupo de parentes dos presos e que pede a soltura deles. Lukashenko, aliado próximo do presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta semana uma anistia que marcava o 80º aniversário da libertação de Belarus das mãos dos nazistas, na Segunda Guerra Mundial. A agência de notícias estatal Belta afirmou que a regra será aplicada para cerca de 7.850 presos, incluindo menores de idade, gestantes, aposentados e pessoas que tenham apresentado tuberculose ou câncer. Os condenados por crimes contra o Estado, extremismo e atividades terroristas foram excluídos, mas Lukashenko sinalizou que havia exceções para os que estivessem gravemente doentes. O líder, que está no poder desde 1994, reprimiu violentamente os protestos de 2020, depois de uma eleição em que oposição e governos ocidentais disseram ter sido fraudada.
Escrito por Reuters
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