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Após invasão de Kursk, presidente de Belarus pede que Rússia e Ucrânia encerrem guerra

Por Lucy Papachristou

LONDRES (Reuters) - A Rússia e a Ucrânia deveriam negociar para encerrar seu conflito e evitar que a guerra atinja o território de Belarus, afirmou nesta quinta-feira o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, importante aliado de Vladimir Putin, em entrevista a uma emissora de televisão russa. O comentário de Lukashenko ocorre em meio à incursão ucraniana contra a Rússia, iniciada no dia 6 de agosto, quando milhares de soldados sob o comando de Kiev invadiram a fronteira oeste da Rússia, causando um grande embaraço para o alto escalão militar de Putin. Lukashenko afirmou que apenas 'pessoas muito importantes de origem norte-americana' querem que a guerra entre Ucrânia e Rússia prossiga. Segundo ele, o Ocidente está incentivando a Ucrânia a lutar porque quer que os países 'destruam um ao outro'. Trechos da entrevista foram publicados no website da Presidência bielorrussa. A Rússia afirmou nesta quinta-feira que vai aumentar suas defesas nas fronteiras, após centenas de milhares de pessoas terem de deixar a região de Kursk. Kiev disse que suas forças avançaram 35 quilômetros dentro do território russo na semana passada e que seguem ganhando terreno. Sem apresentar provas, Lukashenko sugeriu que Kiev pode ter planos de atacar Belarus. Segundo ele, Minsk não permitirá que tropas ucranianas 'coloquem os pés em nosso país'. O Exército ucraniano não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre o assunto. 'Vamos sentar à mesa de negociações e encerrar essa briga', disse. 'Nem o povo ucraniano, nem os russos, nem os bielorrussos precisam dela. Eles (Ocidente) precisam.' (Reportagem de Lucy Papachristou; reportagem adicional de Tom Balmforth)

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Belarus liberta dez presos políticos, mas mantém 1.400 na cadeia, dizem grupos de defesa dos direitos humanos

Por Mark Trevelyan

(Reuters) - O líder de Belarus, Alexander Lukashenko, soltou pelo menos dez presos políticos, incluindo um veterano membro da oposição que está com câncer, disseram nesta quinta-feira ativistas pelos direitos humanos. Mas mesmo o raro perdão a esses detidos ainda deixa outras 1.400 pessoas atrás das grades por causa de atividades políticas, a maioria presa depois de ter participado de protestos pacíficos em 2020. Elas foram condenadas por vários crimes relacionados a um suposto extremismo. O grupo de defesa dos direitos humanos Viasna afirmou que três mulheres e sete homens foram soltos. O único que foi identificado pelos parentes é Ryhor Kastusiou, de 67 anos, ex-líder de um partido de oposição e candidato presidencial. Ele foi preso em 2021 e condenado a passar dez anos em uma colônia penal, depois de ter sido considerado culpado por tramar contra o governo para assumir o poder. Após a prisão, ele foi diagnosticado com câncer. Ativistas afirmaram que a comemoração foi um tanto agridoce: “Essa é uma grande alegria, claro, quase infantil. Mas é alegria em meio a lágrimas, quando há muita raiva também pelo que as pessoas tiveram que passar”, afirmou Inna Kovalenok, representante de um grupo de parentes dos presos e que pede a soltura deles. Lukashenko, aliado próximo do presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta semana uma anistia que marcava o 80º aniversário da libertação de Belarus das mãos dos nazistas, na Segunda Guerra Mundial. A agência de notícias estatal Belta afirmou que a regra será aplicada para cerca de 7.850 presos, incluindo menores de idade, gestantes, aposentados e pessoas que tenham apresentado tuberculose ou câncer. Os condenados por crimes contra o Estado, extremismo e atividades terroristas foram excluídos, mas Lukashenko sinalizou que havia exceções para os que estivessem gravemente doentes. O líder, que está no poder desde 1994, reprimiu violentamente os protestos de 2020, depois de uma eleição em que oposição e governos ocidentais disseram ter sido fraudada.

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