Biden considera pedido da Austrália para retirar processo contra Assange
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Por Trevor Hunnicutt e Kanishka Singh
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quarta-feira que está considerando o pedido da Austrália para retirar o processo do governo norte-americano contra o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que divulgou uma grande quantidade de documentos confidenciais dos EUA e está lutando contra a extradição para o país.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, que há muito tempo expressa oposição à detenção do fundador do Wikileaks, apoiou em fevereiro uma moção parlamentar pedindo o retorno de Assange, cidadão australiano, à Austrália.
'Estamos considerando a possibilidade', disse Biden a um repórter que perguntou se ele tinha uma resposta para o pedido da Austrália de retirar o indiciamento de Assange.
Barry Pollack, advogado de Assange, considerou os comentários de Biden encorajadores. Três semanas antes, Pollack havia dito que a equipe jurídica de Assange não via nenhuma indicação de solução para as acusações dos EUA contra ele.
'É encorajador que o presidente Biden tenha confirmado que os Estados Unidos estão considerando desistir do processo contra Julian Assange', disse Pollack em um email.
O Departamento de Justiça não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as falas de Biden nesta quarta-feira.
A extradição de Assange foi suspensa em março, depois que o Tribunal Superior de Londres disse que os Estados Unidos deveriam fornecer garantias de que ele não enfrentaria a pena de morte.
Assange, de 52 anos, está lutando contra a extradição do Reino Unido para os EUA, onde é procurado por acusações criminais sobre a divulgação de registros militares e telegramas diplomáticos confidenciais dos EUA em 2010. Os EUA afirmam que a divulgação dos documentos colocou vidas em perigo.
Apoiadores de Assange dizem que ele é um herói anti-establishment que está sendo perseguido porque expôs irregularidades dos EUA, inclusive nos conflitos no Afeganistão e no Iraque.
Se extraditado, Assange poderá ser condenado a uma pena de até 175 anos em uma prisão de segurança máxima.
(Reportagem de Trevor Hunnicutt, Kanishka Singh, Doina Chiacu e Paul Grant)
Escrito por Reuters
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