Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1
Ícone seta para a esquerda Veja todas as Notícias.

Em depoimento, Bolsonaro diz que Moro aceitaria Ramagem na chefia da PF se fosse indicado ao STF

Placeholder - loading - 02/09/2021 REUTERS/Adriano Machado
02/09/2021 REUTERS/Adriano Machado
Ver comentários

Publicada em  

Atualizada em  

Por Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - Em depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro negou que tenha tido interesse, com a mudança da direção da Polícia Federal, de obter informações privilegiadas de investigações sigilosas, de interferir no trabalho da corporação ou ainda de obter diretamente relatórios produzidos pela instituição.

Na íntegra do depoimento prestado no Palácio do Planalto, obtida pela Reuters, o presidente disse que, ao tentar indicar para o cargo de diretor-geral da PF Alexandre Ramagem no ano passado, no lugar de Maurício Valeixo, o então ministro da Justiça, Sergio Moro, teria concordado com o 'presidente desde que ocorresse após a indicação do ex-ministro da Justiça à vaga no Supremo Tribunal Federal (STF)'.

À PF, Bolsonaro procurou explicar o que quis dizer com 'eu tenho a PF que não me dá informações', durante reunião ministerial no Palácio do Planalto de 22 de abril do ano passado.

'O declarante quis dizer que não obtinha informações de forma ágil e eficiente dos órgãos do Poder Executivo, assim como da própria Polícia Federal; que quando disse 'informações' se referia a relatórios de inteligência sobre fatos que necessitava para a tomada de decisões e nunca informações sigilosas sobre investigações', respondeu ele, segundo declarações transcritas do seu depoimento.

Procurados pela Reuters, o Palácio do Planalto e a Advocacia-Geral da União (AGU) não responderam de imediato a pedidos de comentários.

Em nota, a defesa de Moro disse ter sido surpreendida com o depoimento de Bolsonaro, porque havia pedido para ser intimada a comparecer para fazer questionamentos, procedimento que foi adotado quando o ex-ministro depôs em maio do ano passado.

'A adoção de procedimento diverso para os dois coinvestigados não se justifica, tendo em vista a necessária isonomia entre os depoentes', disse o advogado Rodrigo Sánchez Rios.

MAIOR INTERAÇÃO

No depoimento, em linha com declarações anteriores, o presidente confirmou que necessitava da mudança na direção da PF, para ter uma 'maior interação'. Ele destacou que nunca obteve de forma direta relatórios de inteligência produzidos pela corporação, que não tem acesso ao sistema de inteligência brasileiro, o Sisbin, e que muitas informações relevantes para sua gestão chegavam 'primeiro através da imprensa'.

Bolsonaro admitiu que desconfiava do vazamento de investigações sigilosas da PF para a imprensa --após ser confrontado com uma troca de mensagens com Sergio Moro quando ainda era ministro--, disse ter cobrado Moro uma investigação célere e objetiva do atentado que sofreu, mas não observou 'nenhum empenho' dele em solucionar o assunto.

Mesmo tendo se reunido com o delegado que conduziu o caso na presença de Moro, ele ressaltou não ter feito nenhum pedido na direção da investigação ou qualquer tentativa de interferência no andamento dos trabalhos.

No depoimento, o presidente revelou outras discordâncias com o ex-ministro. Disse ter cobrado dele maior empenho na investigação sobre as declarações, depois desmentidas, do porteiro do condomínio onde tem residência no Rio de Janeiro, que poderiam acabar envolvendo de algum modo o presidente no assassinato da vereadora Marielle Franco.

'Também não observou nenhum empenho e preocupação do ex-ministro Sergio Moro em solucionar rapidamente o caso; que soube pelo ex-ministro Sergio Moro que foi aberta uma investigação na Polícia Federal e que foi constatado um equívoco por parte do porteiro', informou.

SUGESTÕES

Embora tenha negado interferência, Bolsonaro confirmou ter sugerido a Moro mudanças em alguns cargos da corporação. Um deles foi o da Superintendência da PF no Rio de Janeiro a partir de agosto de 2019, justificando que o Estado é 'muito complicado' e que precisava de um dirigente da instituição no Estado com 'maior liberdade de trabalho'.

O presidente relatou no depoimento que inicialmente não sugeriu ao ministro nenhum nome, mas ante a resistência de Moro, propôs um nome e disse ter a 'vaga lembrança' que seria do delegado Saraiva --supostamente Alexandre Saraiva, então chefe da PF no Amazonas, posteriormente exonerado em uma crise que culminou na queda do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.

Bolsonaro disse também que conheceu o delegado Carlos Henrique Oliveira de Sousa em uma reunião no seu gabinete na ocasião que foi indicado para comandar a PF no Rio de Janeiro, em substituição a Ricardo Saadi. Disse que o propósito do encontro foi para 'conhecê-lo melhor'. Quando ele saiu, em abril de 2020, não sugeriu nenhum nome para o posto.

O presidente disse não ter tido informações prévias sobre a operação Furna da Onça, antes de sua deflagração, e que tinha como alvo Fabrício Queiroz, ex-assessor do seu filho primogênito Flávio Bolsonaro na época que era deputado estadual no Rio de Janeiro.

Quando confrontado com declaração anterior dele em reunião ministerial sobre 'trocar segurança nossa' no Rio, Bolsonaro disse que estava se referindo ao trabalho feito pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A suspeita era que o interesse dele seria mudar o comando da PF no Estado.

'Que achava que esse trabalho (do GSI) poderia ser melhorado, principalmente no acompanhamento do seu filho Carlos Bolsonaro, residente no Rio de Janeiro; que, portanto, quando disse que queria trocar gente no Rio de Janeiro, referia-se a sua segurança pessoal e da sua família', alegou.

O presidente confirmou também ter sugerido a Moro a troca do chefe da PF em Pernambuco, alegando 'baixa produtividade local' e o fato de o superintendente ter assumido o cargo de secretário estadual, o que não daria 'isenção necessária aos trabalhos locais'.

MUDANÇA

A decisão de Bolsonaro de prestar depoimento presencial nesse inquérito ocorreu no início do mês passado, em uma inesperada mudança de posição.

A nova posição, informada pela AGU, foi lida pelo ministro do STF Alexandre de Moraes durante sessão do plenário da corte, o que levou à suspensão do julgamento do recurso que iria decidir o formato do depoimento de Bolsonaro.

Essa questão estava pendente havia quase um ano, desde a aposentadoria do ministro do STF Celso de Mello. A defesa de Bolsonaro queria inicialmente que ele fosse dispensado de depor ou o fizesse por escrito, se fosse necessário.

O inquérito foi aberto no final de abril do ano passado por Celso de Mello, então relator do caso no Supremo, a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. Essa foi a primeira investigação contra Bolsonaro no exercício do mandato das cinco que ele responde no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O inquérito já ouviu uma série de autoridades, entre elas o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, autor das acusações de que o presidente teria buscado interferir na corporação.

Escrito por Reuters

Últimas Notícias

Placeholder - loading - Imagem da notícia SHOW DE LADY GAGA EM COPACABANA REPERCUTE NA IMPRENSA INTERNACIONAL

SHOW DE LADY GAGA EM COPACABANA REPERCUTE NA IMPRENSA INTERNACIONAL

Na noite de 3 de maio de 2025, Lady Gaga realizou um show gratuito histórico na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, reunindo entre 2,1 e 2,5 milhões de pessoas, segundo estimativas da organização. A apresentação tornou-se o maior espetáculo da carreira da artista e um dos maiores da história da música mundial.

Com esse feito, Gaga superou o público de Madonna no mesmo local em 2024 — estimado em cerca de 1,6 milhão —, mas ainda ficou atrás de Rod Stewart, que reuniu cerca de 3,5 milhões de pessoas na virada do ano de 1994 para 1995, também em Copacabana. Vale lembrar que o show de Stewart ocorreu no Réveillon carioca, evento que tradicionalmente atrai milhões de espectadores para a orla, o que contribuiu para os números históricos.

Operação “Fake Monster” Frustra Tentativa de Atentado

Horas antes do evento, a Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério da Justiça e Segurança Pública deflagraram a operação “Fake Monster”, que desmontou um plano de atentado com explosivos improvisados durante o show. Dois suspeitos foram detidos: um adulto no Rio Grande do Sul, por posse ilegal de armas, e um adolescente no Rio de Janeiro, investigado por armazenar pornografia infantil.

Segundo autoridades, o grupo envolvido promovia discurso de ódio, automutilação e violência contra a comunidade LGBTQIA+, além de recrutar jovens pela internet usando perfis falsos inspirados na fanbase da cantora. A ação policial foi mantida em sigilo até após o show para evitar pânico, e Lady Gaga só foi informada da ameaça depois da apresentação.

Repercussão Internacional: Público Histórico e Ameaça Frustrada Ganham Manchetes

A magnitude do show e a tentativa de atentado frustrada repercutiram fortemente na imprensa internacional, tanto pelo aspecto cultural quanto pelo risco evitado.

Sobre o show

O site da Billboard destacou:

“Lady Gaga realizou o maior show solo de sua carreira e o maior já feito por uma mulher na história da música mundial” (LINK).

A CNN International escreveu:

“O espetáculo gratuito de Gaga à beira-mar, com mais de 2 milhões de presentes, transformou Copacabana em uma rave global. Foi um tributo à diversidade, à inclusão e à força da música ao vivo.” (LINK)

O jornal britânico The Guardian afirmou:

“Lady Gaga fez história no Brasil com um dos maiores concertos já registrados. O público superou o de Madonna em 2024, consolidando o país como palco favorito das divas do pop.” (LINK)

Sobre a ameaça frustrada

A revista Vanity Fair destacou a operação com o título:

“Plano de bomba é frustrado antes de show histórico de Lady Gaga no Rio”, escrevendo: “Autoridades brasileiras identificaram uma célula online de extremistas que usavam identidades falsas para se infiltrar em comunidades de fãs. A ação foi rápida e silenciosa, impedindo o que poderia ter sido uma tragédia em massa.” (LINK)

O Pitchfork complementou:

“Os suspeitos mantinham perfis falsos inspirados em fãs de Gaga para atrair menores para ataques coordenados. A operação evitou o que poderia ser o pior ataque em um evento musical desde o atentado em Manchester, em 2017.” (LINK)

Já o tabloide britânico The Sun trouxe um tom mais emocional, destacando a fala da artista:

“Após saber da ameaça, Gaga teria chorado nos bastidores e dito: ‘O amor venceu outra vez. Obrigada, Brasil.’” (LINK)

Manifestação nas redes e comunicado oficial

Após o show, Lady Gaga usou suas redes sociais para agradecer o carinho do público brasileiro e, ao tomar conhecimento da ameaça frustrada, fez uma publicação emocionada:

“Brasil, eu não tenho palavras. Vocês me deram a noite mais linda da minha vida. Obrigada por me protegerem com tanto amor. Meu coração está com vocês para sempre. Amor vence.”

Horas depois, sua equipe divulgou um comunicado oficial sobre o incidente:

“A equipe da artista expressa profunda gratidão às autoridades brasileiras pela pronta e eficaz atuação. O bem-estar de todos os fãs é nossa prioridade máxima. Lady Gaga foi informada da ameaça somente após a apresentação, a fim de preservar a segurança do evento.”

Um Evento Histórico em Todos os Sentidos

Com um público recorde, um repertório repleto de hits e um cenário monumental à beira-mar, o show de Lady Gaga em Copacabana entrou para a história como um dos maiores eventos musicais já realizados. Ao mesmo tempo, a eficácia das forças de segurança brasileiras ao impedir um possível atentado mostra o grau de complexidade envolvido na organização de eventos dessa magnitude.

22 H
  1. Home
  2. noticias
  3. bolsonaro depoe em inquerito …

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.