Bombeiros de Los Angeles mantêm controle de incêndios apesar de condições extremas

Por Lisa Richwine e Mike Blake

LOS ANGELES (Reuters) - Os bombeiros mantiveram nesta terça-feira o controle sobre dois incêndios florestais de grandes proporções que devastaram partes de Los Angeles ao longo da última semana, mesmo com os ventos do deserto e a paisagem árida apresentando condições extremamente perigosas.

Cerca de 8.500 bombeiros de pelo menos sete estados e dois países estrangeiros evitaram que os incêndios crescessem pelo segundo dia consecutivo, ganhando um pouco mais de controle do perímetro das chamas, que ainda assim consumiram uma área do tamanho de Washington, D.C.

Uma frota de aeronaves lançou água e substâncias retardantes nas colinas escarpadas, enquanto equipes terrestres com ferramentas manuais e mangueiras trabalhavam 24 horas por dia desde o início dos incêndios, em 7 de janeiro, com as aeronaves ocasionalmente presas ao chão pelos ventos fortes.

O incêndio Palisades, na extremidade oeste da cidade, manteve-se estável com 96 kms² queimados, e a contenção aumentou três pontos percentuais, para 17% -- uma medida de quanto do perímetro estava sob controle.

O incêndio de Eaton, no sopé das colinas a leste da cidade, permaneceu com 57 kms², e a contenção aumentou dois pontos, para 35%.

Espera-se que as condições de bandeira vermelha durem até quarta-feira, após os ventos atingirem um pico durante a noite, com rajadas que ultrapassaram 80 kms/h, segundo o Serviço Nacional de Meteorologia.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, disse que 11 novos incêndios eclodiram no sul da Califórnia durante a noite, mas foram rapidamente extintos, porque bombeiros e equipamentos haviam sido posicionados com antecedência.

A quantidade de mortos permaneceu estável em 24, assim como a estimativa de 12.000 estruturas danificadas ou destruídas, o que ainda deve representar um esforço hercúleo de reconstrução pela frente.

Bairros inteiros foram arrasados, deixando cinzas e escombros fumegantes. Em muitas casas, apenas uma chaminé ficou de pé.

'Uma coisa é ver isso na televisão. Outra coisa é ver do ar. A destruição enorme é inimaginável até que você realmente a veja', disse a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, em uma entrevista coletiva após fazer um passeio aéreo.

O sul da Califórnia não tem recebido chuvas significativas desde abril, transformando os arbustos em iscas, enquanto os ventos de Santa Ana, originários dos desertos, açoitam os topos das colinas e atravessam os desfiladeiros, enviando brasas que voavam até 3 kms à frente do incêndio.

'Ainda é muito perigoso nas próximas 24 horas, por isso estamos observando com muita atenção', disse o xerife do condado de Los Angeles, Robert Luna.

Mais algumas milhares de pessoas foram autorizadas a voltar para casa, mas 88.000 permaneceram sob ordens de retirada e outras 84.000 sob aviso de retirada -- deslocamentos em grande escala sem precedentes na história da área metropolitana.

(Reportagem de Lisa Richwine, Mike Blake, Chad Terhune, Jorge Garcia, Sandra Stojanovic, Alan Devall, Jackie Luna, Matt McKnight, Mario Anzuoni, Nathan Frandino, Omar Younis, Rollo Ross, David Ryder, Daniel Cole, David Swanson e Joe Brock em Los Angeles; Reportagem adicional de Brendan O'Brien, Rich McKay, Hannah Lang e Richard Cowan)