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Bunge e BP formam nova empresa de bioenergia, focam em salto nas vendas de etanol

Placeholder - loading - Mario Lindenhayn, chairman da nova empresa, em reunião com Geovane Consul, novo CEO, em São Paulo.  22/07/2019. REUTERS/Roberto Samora
Mario Lindenhayn, chairman da nova empresa, em reunião com Geovane Consul, novo CEO, em São Paulo. 22/07/2019. REUTERS/Roberto Samora
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(Reuters) - A negociante e processadora de commodities agrícolas Bunge e a petroleira BP anunciaram nesta segunda-feira a criação de uma companhia de bioenergia no Brasil que produzirá etanol e açúcar, além de eletricidade renovável com biomassa de cana-de-açúcar.

A joint venture, BP Bunge Bioenergia, na qual cada uma das empresas terá 50%, vai operar de forma autônoma, com um total de 11 usinas nas regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste do Brasil, marcando um dos maiores negócios entre companhias multinacionais no setor, que tem visto forte crescimento nas vendas de etanol no país e deverá ter novo salto nos próximos anos.

A nova companhia será a terceira maior do mundo em capacidade de moagem, com 32 milhões de toneladas por ano --atrás da Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, e Biosev, respectivamente.

A fusão das companhias acontece ainda diante de expectativa das empresas de que o mercado de etanol no Brasil deverá crescer 70% até 2030, em meio à implantação de uma nova política para biocombustíveis (RenovaBio), que incluirá a venda de créditos descarbonização (CBios), uma nova fonte de receitas para o setor.

'O Brasil é a Arábia Saudita dos biocombustíveis', disse à Reuters o presidente-executivo da BP Alternative Energy, Dev Sanyal, acrescentando que a nova companhia terá fluxo de caixa positivo.

'Compartilhamos dessa visão de mercado positiva, no sentido que o Brasil é deficitário na produção de combustíveis', acrescentou em São Paulo Mario Lindenhayn, CEO da BP Biofuels, que será o chairman da nova companhia.

O executivo, que também espera crescimento do consumo de etanol no mundo, diante do estabelecimento de obrigações de uso mínimo na China e na Índia, avaliou que a união das empresas poderá garantir 'maior escala' às duas companhias.

Além da visão otimista sobre o mercado do biocombustível, o executivo da Bunge Geovane Consul, que será o CEO da nova companhia, disse acreditar que a fusão ocorre em um período em que o ciclo dos preços baixos do açúcar 'está por terminar'.

'Achamos que a joint venture vai aproveitar... Com as cotações baixas do açúcar, várias empresas estão reduzindo produção ou saindo do mercado', disse ele, ressaltando que a BP Bunge Bioenergia terá uma das melhores flexibilidade do setor para alterar seu mix de cana, dependendo dos preços das commodities.

As duas empresas produziram 1,5 bilhão de litros de etanol e 1,1 milhão de toneladas de açúcar na temporada 2018/19, além de 1,2 gigawatts-hora em eletricidade.

Segundo os executivos, as duas empresas combinadas terão um índice de ociosidade na moagem de cana de 10%, um dos menores do setor, o que também oferece oportunidade de crescimento, plantando-se mais cana ou buscando-se maior produtividade agrícola.

Enquanto o negócio não é concluído, o que é esperado para o final de 2019, após a aprovação de reguladores como o Cade, a nova companhia não dará previsões futuras.

A Bunge disse ainda, em nota, que a parceria fornece 'flexibilidade no médio e longo prazos para monetização futura, com potencial de saída total via oferta pública inicial (IPO) ou outra rota estratégica'.

O ACORDO

Mas o fato é que a empresa nasce com uma dívida considerada relativamente pequena, o que permitirá investimentos para ampliações de produção, destacou Consul.

Pelo acordo, a Bunge colocou no negócio suas oito unidades de açúcar e etanol no Brasil, enquanto a BP contribuiu com suas três unidades, ficando acertado também que a nova companhia assumirá uma dívida de 700 milhões de dólares da Bunge, que por sua vez recebeu 75 milhões de dólares da BP.

'Essa dívida coloca a nova empresa com uma das situações mais saudáveis do setor. Com uma dívida que é baixa, a gente vai ter flexibilidade futura para destinar o que faremos com a geração de caixa resultante', declarou Consul.

Com o acordo, contudo, a Bunge-- que investiu bilhões no setor no Brasil-- realizará uma baixa contábil de entre 1,5 bilhão e 1,7 bilhão de dólares nos resultados do trimestre encerrado em setembro, devido principalmente a efeitos cambiais acumulados.

'Esta parceria com a BP representa um importante marco de otimização de portfólio para a Bunge, o que nos permite reduzir nossa exposição atual ao negócio de açúcar e bioenergia...', disse o diretor-presidente da Bunge, Gregory Heckman, em comunicado.

Espera-se que o novo negócio tenha sede em São Paulo, com cerca de 10 mil funcionários, em um acordo que, segundo as empresas, será amplamente complementar, pela localização das usinas em várias partes do Brasil e também capacidade de escoamento.

Separadamente, o presidente executivo da BP Alternative Energy, Dev Sanyal, destacou que os biocombustíveis são parte importante da estratégia da petroleira para a transição energética, com o mundo apostando mais em fontes limpas de energia.

Com o fechamento da operação, a Bunge disse também que não vai mais consolidar suas operações de açúcar e bioenergia no Brasil em seu balanço --a participação na joint venture será contabilizada pelo método de equivalência patrimonial.

AVALIAÇÃO POSITIVA

As ações da Bunge abriram em alta de mais de 3% em Nova York após o anúncio da joint venture, antes de reduzirem ganhos para cerca de 2%, enquanto as da BP subiram 0,7% em Londres.

As condições do mercado de etanol melhoraram no Brasil, com forte demanda e melhores preços, mas o mercado global de açúcar continua desafiador, segundo analistas.

'Acho que existe uma grande sinergia, haverá uma otimização de recursos, uma diminuição de custos. A Bunge está tirando um grande peso, porque estava tentando vender no passado, e evidentemente que achou um caminho muito mais interessante para continuar no negócio sem ter que efetivamente assumir um prejuízo, que agora pode até ser revertido...', disse Arnaldo Corrêa, consultor de açúcar e etanol no Brasil.

'É uma ótima notícia para o setor, porque o negócio cria um player muito mais forte. Todas essas preocupações sobre o futuro dos ativos da Bunge desapareceram', acrescentou.

'A nova empresa deverá colocar um foco em combustível e bioeletricidade, que terão uma importância crescente na medida em que a economia brasileira volte a crescer. É interessante porque as empresas têm atributos complementares. Uma do setor de petróleo, a outra do setor agrícola. Terão acesso a clientes nos dois lados, cria uma escala maior para compra de insumos e equipamentos, isso vai trazer redução de custos', acrescentou Plinio Nastari, analista-chefe da consultoria brasileira Datagro.

(Por Marcelo Teixeira, Luciano Costa e Roberto Samora, em São Paulo; Shradha Singh em Bangalore; Karl Plume em Chicago; e Susanna Twidale e Shadia Nasralla em Londres)

Escrito por Reuters

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Placeholder - loading - Imagem da notícia FOREIGNER SE DESPEDE DOS FÃS BRASILEIROS COM SHOW HISTÓRICO EM SÃO PAULO

FOREIGNER SE DESPEDE DOS FÃS BRASILEIROS COM SHOW HISTÓRICO EM SÃO PAULO

A lendária banda Foreigner se despediu dos fãs brasileiros com um super show em São Paulo, na noite do último sábado, em uma apresentação marcada por emoção, energia e celebração. O evento, que aconteceu no Espaço Unimed, faz parte da turnê mundial de despedida do grupo e contou com a participação especial do vocalista original Lou Gramm, consolidando-se como um momento inesquecível para os fãs de rock clássico.

Como antecipado em entrevista exclusiva à Rádio Antena 1 pelo próprio Lou Gramm, a passagem pelo Brasil teria um significado especial. E assim foi: ao invés de um clima de tristeza, o que se viu foi uma verdadeira festa em homenagem ao legado de uma das maiores bandas do rock americano das décadas de 70 e 80.

Double Trouble Tour aquece o público com clássicos e surpresas

A noite começou em alto nível com a abertura da "Double Trouble Tour", projeto que reuniu os vocalistas Eric Martin (Mr. Big) e Jeff Scott Soto (Yngwie Malmsteen, Journey), acompanhados pela competente banda Spektra, formada por Leo Mancini (guitarra), Edu Cominato (bateria), BJ (teclados e vocais) e Henrique Baboon (baixo).

No repertório, sucessos das bandas pelas quais os cantores passaram, como "To Be With You" e "Wild World", do Mr. Big, além da poderosa "Separate Ways", do Journey, que permitiu a Soto mostrar toda sua força vocal. A surpresa da noite ficou por conta de uma cover intensa de "Crazy", de Seal, provando a versatilidade dos músicos em cena.

Foreigner entrega performance impecável na turnê de despedida

Após a abertura arrebatadora, foi a vez do Foreigner subir ao palco — e mostrar por que ainda é referência quando se fala em rock de arena. Com uma performance carregada de emoção e qualidade técnica, Jeff Pilson, Michael Bluestein, Bruce Watson, Chris Frazier e Luis Carlos Maldonado conduziram o público por uma viagem sonora de quase cinco décadas de história.

“Arrisco a dizer que Maldonado foi o grande destaque da noite — se isso for possível diante da qualidade técnica dos outros integrantes do grupo. Fiquei impressionado ”, comentou o jornalista João Carlos Santana, da Rádio Antena 1.

A setlist, fiel àquela apresentada em outras datas da turnê pela América Latina, incluiu todos os grandes sucessos da banda (confira abaixo). E, no momento mais aguardado da noite, Lou Gramm subiu ao palco para cantar as quatro últimas músicas do show, em um ato simbólico que representou não apenas a origem musical da banda, mas também o respeito mútuo entre artista e público.

Set List - Foreigner - São Paulo, 10 de maio de 2025

1. "Double Vision"
2. "Head Games"
3. "Cold as Ice"
4. "Waiting for a Girl Like You"
5. "That Was Yesterday"
6. "Dirty White Boy"
7. "Feels Like the First Time"
8. "Urgent"
9. Keyboard Solo
10. Drum Solo
11. "Juke Box Hero" (with Lou Gramm)
12. "Long, Long Way From Home" (with Lou Gramm)
13. "I Want to Know What Love Is" (with Lou Gramm)
14. "Hot Blooded" (with Lou Gramm)

Uma despedida inesquecível e novos planos para 2026

A noite de sábado entrou para a história tanto para os fãs quanto para os músicos do Foreigner. Um evento raro, emocionante e tecnicamente impecável (com direito a solos de teclado e bateria). Mas para aqueles que ainda sonham em ver a banda ao vivo uma última vez, há uma última chance.

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