Cada vez mais comum no Ocidente, narguilé pode causar dependência e câncer
Apesar de antigo e criado no oriente, o objeto hoje é muito utilizado pelos jovens ocidentais.
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Criado na Índia no século 16, o narguilé é popular em países do sudeste asiático, do norte da África e do mediterrâneo Oriental. Mas o objeto ultrapassou barreiras e hoje seu consumo cresce no Ocidente, principalmente no Brasil, Estados Unidos e Europa.
No entanto, apesar do sucesso por aqui, o narguilé leva à dependência de nicotina, é porta de entrada para outras formas de tabaco e aumenta o risco para desenvolvimento do câncer, assim como para doenças cardiovasculares e infecciosas, como herpes, hepatite e tuberculose, alerta a Organização Mundial de Saúde.
O narguilé é uma espécie de cachimbo que traz um fumo especial, feito com tabaco, melaço e frutas ou aromatizantes. O fumo é queimado em um fornilho e sua fumaça é aspirada por uma mangueira até chegar à boca. Difundido pela indústria tabagista como uma forma inofensiva de consumo de tabaco por possuir água em sua composição, o narguilé é sim prejudicial à saúde.
Ao aspirar a fumaça, além de absorver substâncias tóxicas, a pessoa inala os produtos da combustão do carvão utilizado para queimar o fumo. "A quantidade de monóxido de carbono inalada no consumo do narguilé é muito maior do que no cigarro, pois não há filtro. A água serve apenas para resfriar a fumaça do tabaco queimado", afirma o cirurgião oncologista e diretor do Departamento de Pulmão e Tórax do A.C.Camargo Cancer Center, Jefferson Luiz Gross.
De acordo com a OMS, não existe consumo seguro de tabaco, seja através do charuto, do cachimbo, do cigarro ou do próprio narguilé. Alguns estudos sugerem, inclusive, que a quantidade de nicotina inalada com o narguilé é pelo menos o dobro da inalada pelo consumo do cigarro normal, o que causa uma dependência ainda maior.
Além disso, o cigarro é consumido em cinco ou dez minutos, enquanto o narguilé – geralmente utilizado socialmente na roda com os amigos – é inalado por até duas horas seguidas, intensificando a quantidade de nicotina. O mesmo documento revela que entre os jovens tabagistas na faixa dos 13 aos 15 anos, ao menos 20 por cento já são consumidores de narguilé.
A comercialização de narguilé em São Paulo é regulamentada pela Lei 13.779, que restringe a venda e o consumo de narguilé apenas aos maiores de idade. Segundo a OMS, o uso do produto está associado ao desenvolvimento de câncer, principalmente de pulmão, assim como de doenças cardiovasculares. O consumo em longo prazo também estaria ligado a um maior risco para câncer de boca e bexiga. E, como a mangueira é geralmente compartilhada por várias pessoas, pode também levar a doenças infecciosas, como herpes, hepatite e tuberculose.
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Escrito por Redação
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