Câmara aprova mudanças na reforma da Previdência; votação continua nesta 6ª-feira
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(Reuters) - A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta sexta-feira mudanças no texto-base da reforma da Previdência, reduzindo o tempo de contribuição para homens na aposentadoria por idade e estabelecendo regras de transição para policiais e cálculo mais benéfico para mulheres.
As mudanças foram aprovadas na fase de análise de destaques, após a votação do texto-base na quarta-feira. Foram analisados 11 destaques, dos quais cinco não chegaram a ser votados porque foram considerados prejudicados após a aprovação anterior de texto alternativo e três foram rejeitados, segundo a Agência Câmara.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou por volta das 2h da madrugada a sessão iniciada na quinta-feira devido a discordâncias sobre um acordo de procedimentos para a continuidade da votação, e convocou uma nova para as 9h da manhã para a retomada da análise de destaques.
Entre os destaques aprovados, o tempo de contribuição para o homem segurado pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS), na regra de transição de aposentadoria por idade, diminuiu de 20 anos para 15 anos, igualando-se ao tempo das mulheres. Os requisitos de idade permanecem os mesmos: 65 anos para homem e 60 anos para mulher, passando gradativamente a 62 anos a partir de 2020.
Outra emenda aprovada diminuiu a idade exigida para aposentadoria de policiais federais, policiais civis do Distrito Federal e agentes penitenciários e socioeducativos federais. Caso cumpram um período de pedágio, a idade será de 52 anos para mulher e de 53 anos para homem.
Também foi aprovada, após muita negociação, um destaque à reforma da Previdência que adequa o cálculo de aposentadoria para mulheres à redução do tempo de contribuição e amplia a proteção à maternidade, entre outros pontos.
Na quarta-feira, deputados aprovaram o texto principal da reforma em primeiro turno com um placar surpreendente. Foram 379 votos favoráveis à proposta, patamar bem superior aos 308 exigidos para a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
Logo depois, porém, Maia e lideranças favoráveis à matéria identificaram um clima de desarticulação e decidiram encerrar a sessão para evitar derrotas nos destaques, opção que ainda ajudou, segundo uma fonte, a reforçar o recado ao governo para que agilize a operacionalização da liberação de recursos das emendas parlamentares prometidas.
Quando tiver seu primeiro turno de votação encerrado, o texto da PEC precisará ser submetido a voto novamente na comissão especial, já que passou por alterações. Só depois volta ao plenário, para a votação em segundo turno. Para que a votação ocorra em ritmo acelerado, deputados terão de aprovar um requerimento para ignorar o prazo de cinco sessões exigido entre o primeiro e o segundo turno.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
Escrito por Reuters
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