Republicanos abrem inquérito de impeachment de Biden com foco em negócios da família
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Por Makini Brice e Andy Sullivan
WASHINGTON (Reuters) - Os republicanos que lideram um inquérito de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, detalharam pagamentos estrangeiros a membros de sua família na primeira audiência do caso, nesta quinta-feira, mas não forneceram evidências de que o presidente democrata tenha se beneficiado pessoalmente.
A audiência inicial de impeachment pelo Comitê de Supervisão da Câmara dos Deputados dos EUA serviu como uma revisão das evidências que os republicanos reuniram até agora sobre empreendimentos comerciais estrangeiros do filho de Biden Hunter Biden, de 53 anos, que, segundo eles, mostram que os membros da família de Biden estavam vendendo acesso ao poder.
'O povo norte-americano exige responsabilização por esta cultura de corrupção', disse o presidente do Comitê de Supervisão da Câmara, James Comer, acrescentando que Biden mentiu sobre os negócios de membros da família e não os isolou de suas funções oficiais.
Os democratas e várias testemunhas independentes disseram que não há provas de que Biden tenha recebido qualquer um desses pagamentos ou tenha se envolvido em comportamento impróprio enquanto atuou como vice-presidente entre 2009 e 2017. A Casa Branca nega qualquer irregularidade e rejeitou a investigação como tendo motivação política.
'Se os republicanos tivessem uma arma fumegante ou mesmo uma pistola de água pingando, eles a apresentariam hoje. Mas não têm nada', disse Jamie Raskin, o principal democrata do colegiado.
Biden está em campanha pela reeleição no que será uma provável revanche com o republicano Donald Trump, que se prepara para quatro julgamentos criminais por uma série de acusações, desde tentativa de reverter sua derrota nas eleições de 2020 até manuseio incorreto de documentos confidenciais ao deixar o cargo.
Trump, que enfrentou processos de impeachment duas vezes durante seus quatro anos no cargo, e alguns de seus aliados republicanos radicais há meses pedem o impeachment de Biden.
Os democratas exibiram com destaque um relógio contando os minutos até a meia-noite de sábado, quando o governo dos EUA entrará em sua quarta paralisação parcial em uma década se o Congresso não aprovar legislação para financiar agências federais.
O professor da Universidade George Washington Jonathan Turley e o contador forense Bruce Dubinsky disseram que o painel tinha evidências suficientes para abrir um inquérito de impeachment, mas não tinha evidências suficientes para justificar as acusações de impeachment.
Outro professor de direito, Michael Gerhardt, da Universidade da Carolina do Norte, afirmou não ter ouvido provas críveis que justificassem a investigação e alertou o colegiado de que motivação por preocupações partidárias.
Uma quarta testemunha, a ex-funcionária do Departamento de Justiça Eileen O'Connor, disse acreditar que o departamento havia suavizado uma investigação criminal de Hunter Biden, que agora enfrenta acusações de porte de arma depois de anos lutando contra o vício em drogas e álcool.
Os republicanos alegam que Biden e sua família lucraram com as políticas que ele adotou como vice-presidente durante o governo do ex-presidente Barack Obama entre 2009 e 2017. Separadamente, eles também alegam que o Departamento de Justiça interferiu em uma investigação fiscal contra Hunter Biden.
Não está claro se os republicanos da Câmara, que têm uma maioria estreita de 221 a 212, teriam os votos no final da investigação para apoiar o impeachment. Mas mesmo que essa votação seja bem-sucedida, é altamente improvável que o Senado, onde os democratas têm uma maioria de 51 a 49, vote para remover Biden do cargo.
No centro da investigação estão as alegações de que Biden, enquanto vice-presidente, pressionou a Ucrânia a despedir um procurador de alto escalão para proteger a Burisma, uma empresa da qual Hunter Biden fazia parte do conselho de administração.
Várias autoridades norte-americanas e estrangeiras disseram que Biden estava executando uma política oficial para combater a corrupção na Ucrânia.
Escrito por Reuters
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