Carlos Bolsonaro afirma que foi mal interpretado e não defendeu ditadura
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BRASÍLIA (Reuters) - O vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, voltou ao Twitter nesta terça-feira para tentar explicar sua declaração, feita na véspera --de que não é possível se conseguir por vias democráticas a transformação que o Brasil quer na velocidade desejada-- e garantiu que sua fala foi apenas uma 'justificativa aos que cobram mudanças urgentes'.
'O que falei: por vias democráticas as coisas não mudam rapidamente. É um fato. Uma justificativa aos que cobram mudanças urgentes. O que jornalistas espalham: Carlos Bolsonaro defende ditadura. CANALHAS!', escreveu nesta terça.
O texto inicial de Carlos foi interpretado no meio político como uma defesa da ditadura ou de um golpe e recebeu críticas variadas.
'Por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos... e se isso acontecer. Só vejo todo dia a roda girando em torno do próprio eixo e os que sempre nos dominaram continuam nos dominando de jeitos diferentes!', escreveu o vereador na segunda-feira.
Para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), declarações como a de Carlos merecem 'desprezo'.
'O Parlamento brasileiro, a democracia, estão fortalecidos. As instituições estão pujantes, trabalhamos a favor do Brasil. Então uma manifestação ou outra em relação a este enfraquecimento tem, da minha parte, o meu desprezo', disse Alcolumbre no Twitter.
Também questionado sobre as declarações de Carlos, o vice-presidente Hamilton Mourão --que até quinta-feira está no exercício da Presidência-- afirmou que a democracia é fundamental e 'um dos pilares da civilização ocidental'.
Mourão afirmou ainda que é possível sim fazer as mudanças que o governo quer pela via democrática, e por isso ele e Bolsonaro foram eleitos.
'Temos que negociar com a rapaziada do outro lado da Praça (referindo-se ao Congresso). É assim que funciona. Com clareza, determinação e muita paciência', defendeu.
O tuíte de Carlos foi feito com o pai internado em São Paulo depois de passar por uma cirurgia para corrigir uma hérnia que se formou na cicatriz dos procedimentos para tratar da facada que levou durante a campanha eleitoral. Apesar de já ter tuitado algumas vezes e ter feito vídeos do hospital, o presidente não se manifestou sobre a afirmação do filho.
Carlos pediu licença da Câmara de vereadores do Rio de Janeiro para tratar de assuntos particulares na última sexta-feira e tem acompanhado o pai no hospital. No sábado, durante o desfile do 7 de setembro, em Brasília, repetiu sua postura na posse e foi no carro com o presidente enquanto este desfilava na Esplanada dos Ministérios.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
Escrito por Reuters
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