Carrefour planeja investimentos e corte de custos para enfrentar inflação
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Por Dominique Vidalon
PARIS (Reuters) - O Carrefour vai intensificar sua expansão no e-commerce, abrir mais lojas de desconto e cortar custos, como parte da nova estratégia do presidente Alexandre Bompard para acelerar a recuperação do maior varejista de alimentos da Europa em meio à inflação crescente.
O grupo francês, que também anunciou uma joint venture de mídia com a gigante da publicidade Publicis, disse nesta terça-feira que busca 4 bilhões de euros em economia de custos e um fluxo de caixa livre líquido de mais de 1,7 bilhão de euros em 2026.
'O Carrefour 2026 é um plano de aceleração e conquista', disse Bompard, presidente-executivo e presidente do conselho de administração do Carrefour, em evento da empresa com investidores.
O plano permitirá ao Carrefour 'melhorar sua margem operacional e manter um crescimento sustentado do lucro operacional recorrente', acrescentou.
O Carrefour também poderá pagar um dividendo em dinheiro e aumentá-lo em pelo menos 5% ao ano, enquanto mantém uma política de recompra de ações iniciada em 2021 e aproveita oportunidades de aquisição de médio porte.
Por volta de 10:15 (horário de Brasília), as ações do Carrefour exibiam queda de 1,48%, a 16,32 euros cada.
EXPANSÃO DE LOJAS DE DESCONTO
Para ajudar os clientes a lidar com o aumento do custo de vida, o Carrefour prometeu aumentar a participação de produtos de marca própria nas vendas de alimentos para 40% em 2026, de 33% em 2022, e acelerar a expansão de lojas de desconto na França e no Brasil, seus principais mercados .
O Carrefour lançará sua primeira loja de atacarejo Atacadão na região de Paris no outono de 2023, disse Bompard.
Outras iniciativas incluem simplificar a oferta em seus hipermercados, reduzindo a gama de produtos em 20%.
Como resultado, o Carrefour disse que estava elevando sua meta de investimento anual para 2 bilhões de euros, ante 1,7 bilhão de euros anteriormente.
As economias de custos virão principalmente da simplificação da organização do grupo, da mutualização do suporte e das operações de compra na Europa, o que levará a reduções 'significativas' de pessoal na sede do grupo, disse Bompard.
Quando perguntado se o Carrefour, que saiu dos mercados não lucrativos da China e Taiwan, estava planejando deixar mais países, Bompard disse: 'nossa presença geográfica é a certa'.
PANORAMA DESAFIADOR
Bompard, que assumiu o comando em julho de 2017, foi reconduzido em maio de 2021 por mais três anos.
Ele enfrenta o desafio de entregar a segunda etapa de transformação do grupo em um ambiente inflacionário agravado pela guerra na Ucrânia e sem os recursos financeiros extras que estariam disponíveis se duas transações planejadas no ano passado não tivessem fracassado - uma com a canadense Alimentation Couche-Tard e outra com a francesa Auchan.
O novo plano se baseia em projeções anunciadas em novembro de 2021 para triplicar as vendas sob a métrica GMV - valor total das mercadorias vendidas - no e-commerce, a 10 bilhões de euros em 2026, contribuindo com 200 milhões de euros extras para o lucro operacional recorrente em 2026 ante 2021.
A parceria com a Publicis será uma joint venture na qual o Carrefour terá 51% de participação, informou o grupo.
Nesta manhã, a unidade brasileira do Carrefour anunciou expansão no ritmo de abertura de lojas de atacarejos e estudos para separar sua unidade de ativos imobiliários.
Escrito por Reuters
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