Casa dos Ventos e Odata, de data centers, fecham acordo de autoprodução de energia na Bahia
Publicada em
Atualizada em
Por Letícia Fucuchima
SÃO PAULO (Reuters) - A Casa dos Ventos e a provedora de data centers Odata fecharam um acordo de longo prazo que envolve o fornecimento de energia elétrica renovável para infraestruturas de dados no Brasil, disseram as empresas à Reuters nesta sexta-feira.
A transação prevê a entrada da Odata como sócia em um dos parques do complexo eólico Babilônia Sul, localizado em Várzea Nova (BA). Com 360 megawatts (MW) de capacidade, o empreendimento foi construído pela Casa dos Ventos e já está em operação, fornecendo energia para clientes industriais como ADM e Valfim.
O contrato de energia atenderá o consumo previsto para os quatro data centers operacionais da Odata no Brasil e um novo que está em construção. Criada pelo Patria Investimentos e hoje controlada pela norte-americana Aligned Data Centers, a empresa tem ainda operações no México, Chile e Colômbia, além de outros campi em desenvolvimento na América Latina.
As empresas não anunciaram o valor financeiro ou o volume de energia do acordo.
A parceria foi desenhada na modalidade comercial de autoprodução de energia, garantindo que a Odata, como sócia da usina, terá benefícios que reduzem o custo final da energia, como descontos nas tarifas de transporte da energia e isenção de encargos setoriais.
'Vamos contratando energia conforme os prédios (de data centers) vão consumindo mais. Isso quer dizer não só que vendemos mais, mas também que nossos clientes absorveram mais capacidade, colocando mais servidores e usando mais deles para prover serviços de tecnologia', explicou Ricardo Alário, CEO da Odata.
Segundo ele, a empresa tem 100% de seu consumo de energia elétrica contratado em fontes renováveis. Além do acordo com a Casa dos Ventos, a Odata também detém participação minoritária em um parque eólico da Serena no Nordeste.
Alário ressaltou o potencial do Brasil em atrair ainda mais demanda de data centers no futuro, tanto para processamento de nuvem quanto para a nova fronteira da inteligência artificial, com aplicações que exigem um consumo de energia muito mais elevado.
'Você tem muita energia barata e renovável e, acima de tudo, a regulação e a infraestrutura construída para isso'.
Lucas Araripe, diretor-executivo da Casa dos Ventos, afirmou que o segmento de data centers é um dos que apresenta maior potencial de futuros negócios para a companhia.
'É um setor muito estratégico para nós, acreditamos que talvez ele seja o que mais vai demandar eletricidade nova nos próximos cinco anos', avaliou.
De acordo com Araripe, a geradora renovável tem buscado induzir o crescimento desse mercado, que por sua vez demonstra interesse em instalar no Brasil grandes projetos, na escala de 'centenas de megawatts', para iniciar operação a partir de 2027.
(Por Letícia Fucuchima; edição de Marta Nogueira)
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO