Cassação de Francischini pelo TSE foi um estupro, diz Bolsonaro
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Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro classificou nesta sexta-feira como um estupro e uma violência contra a democracia a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o mandato do deputado estadual paranaense Fernando Francischini (PSL), um aliado dele, que disseminou notícias falsas sobre a integridade das urnas eletrônicas no dia da eleição de 2018.
'A cassação do deputado Francischini foi um estupro', disse Bolsonaro em evento no Paraná.
'Aquela cassação foi uma violência contra a democracia e quem deve reagir é o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná assim como Lira reagiu quando aquela CPI do Renan indiciou alguns parlamentares', emendou ele, também criticando a iniciativa da CPI da Covid que propôs punir deputados e senadores que divulgaram informações falsas sobre o enfrentamento à pandemia.
Bolsonaro disse que parlamentar pode fazer críticas sobre qualquer assunto, destacando a inviolabilidade dele.
Na semana passada, o TSE condenou o deputado paranaense por uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político e de autoridade, tornando-o inelegível.
Na eleição de 2018, Francischini realizou uma transmissão ao vivo nas redes sociais para, segundo ele, denunciar que duas urnas teriam sido fraudadas e não aceitariam votos para o então presidenciável Jair Bolsonaro.
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) havia rejeitado ação movida pelo Ministério Público Eleitoral contra o deputado estadual. O MP recorreu e, agora, o TSE julgou procedente a ação.
Pelo Twitter logo após a decisão da corte eleitoral, Francischini disse lamentar a decisão do TSE que afeta um mandato conquistado pela vontade do eleitor e que não vai desistir. 'Nós vamos recorrer e reverter essa decisão no STF (Supremo Tribunal Federal) preservando o voto e a vontade de meio milhão de eleitores paranaenses', afirmou.
Nos últimos meses, Bolsonaro levantou seguidas vezes dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas para o pleito de 2022. Ele enfrenta um inquérito no TSE e outro no STF por divulgar informações falsas sobre a confiabilidade do equipamento atualmente usado.
No evento desta tarde, Bolsonaro disse que agora as urnas são confiáveis porque um representante das Forças Armadas faz parte da comissão de acompanhamento.
Escrito por Reuters
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