CEO da Vale espera que presidente eleito evite disputas com China
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RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou nesta terça-feira ter expectativa de que o próximo presidente eleito do país entenda a importância da relação comercial entre Brasil e China e evite disputas com o principal cliente de produtos brasileiros, como minério de ferro e soja.
A afirmação foi feita após ele ter sido questionado por jornalistas sobre declarações do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, desfavoráveis a investimentos chineses no país.
'Eu tenho a expectativa, na medida em que o tempo passe e ele se aprofunde no tema, que isso ganhe relevância e a questão se encaminhe melhor', disse o executivo, após participar do evento FT Commodities, no Rio de Janeiro.
'Disputas não trazem benefício. Se não é bom para ninguém, não é bom para a Vale.'
A China, maior importadora global de minério de ferro, é a principal cliente da Vale, líder na produção mundial da commodity.
Com relação à Vale, o executivo disse não estar preocupado com qualquer atitude que Bolsonaro possa tomar, se for eleito, considerando a mútua dependência da Vale e China.
Ao comentar sobre possíveis investimentos da China em geração de energia elétrica no Brasil, o líder nas pesquisas de intenção de voto disse recentemente temer o avanço dos chineses.
'HORA DE MUDANÇA'
Ao ser perguntado sobre o que representaria uma vitória de Bolsonaro para a Vale e para o setor de mineração, diante das propostas já apresentadas, Schvartsman afirmou ter expectativas positivas com quem quer que seja o presidente e que 'não é diferente com Bolsonaro'.
'Eu acho que estava na hora de uma mudança, o Brasil quis mudar. E, consequentemente, a mudança levará a alguma coisa melhor', disse o executivo.
O executivo destacou ainda que a Vale 'tomou o cuidado' de não conversar com candidatos à Presidência.
'Quando for definido quem é o presidente eleito... nós iremos claramente conversar bastante com eles. Vamos nos colocar à disposição, o conhecimento e informação que a gente tem dessa relação que a gente tem Brasil-China, que é muito importante', afirmou.
Schvartsman disse ainda que o setor de mineração precisa mostrar para a sociedade a criação de valor que representa.
(Por Marta Nogueira)
Escrito por Thomson Reuters
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