CEOs de Itaú e Bradesco defendem reforma tributária e citam 'oportunidade única' para o Brasil
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Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - Os presidentes-executivos do Bradesco e do Itaú Unibanco defenderam na manhã desta terça-feira a reforma tributária e afirmaram que o Brasil passa por uma 'oportunidade única' na área econômica
Durante painel em evento do setor em São Paulo, o CEO do Bradesco, Octavio de Lazari, lembrou que a reforma tributária está em tramitação no Congresso.
'A reforma tributária está no forno e talvez esta seja a melhor oportunidade que temos para fazer isso', comentou, citando ainda outros temas caros ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o estabelecimento de um novo arcabouço fiscal e a queda nas taxas de juros.
'Temos oportunidade muito grande de atrair investimentos estrangeiros, o mundo está olhando quais são as oportunidades de investimento, porque tem muito capital para alocar', disse Lazari. 'E o Brasil se destaca como um dos principais destinos, mas ainda precisa ajustar coisas... É uma oportunidade que talvez demore mais 20 anos para aparecer de novo.'
Também presente às discussões, o CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, reforçou os comentários de Lazari. Segundo ele, o país está passando de fato por uma oportunidade única e 'essas janelas não aparecem sempre'.
O executivo qualificou a reforma tributária como 'superimportante' e pontuou que o país está às vésperas de uma votação sobre o tema na Câmara. 'Temos que ter visão coletiva de país, e não de cada setor', defendeu ao tratar da reforma tributária.
Lazari e Maluhy Filho participaram nesta terça-feira do FebrabanTech, evento de tecnologia promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo.
TAXA DE JUROS
Também durante a abertura do evento, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, fez uma defesa do papel dos bancos na economia brasileira e de sua importância na área social. E tratou rapidamente do nível dos juros no país.
'Juros são consequência de problemas da economia', afirmou, em um discurso que vem sendo adotado pela Febraban ao tratar das taxas cobradas de famílias e empresas. 'Investimentos não dialogam com incertezas', acrescentou.
De acordo com Isaac, o país precisa 'urgentemente baratear custo do crédito'. 'Precisamos atacar as causas dos custos da intermediação financeira', disse.
Em sua fala, Lazari também tratou rapidamente dos juros. Segundo ele, o país está 'quase' na redução da taxa de juros.
Atualmente, a taxa básica Selic está em 13,75% ao ano e, no mercado financeiro, a expectativa majoritária é de que o Banco Central promova um primeiro corte de 0,25 ponto percentual no encontro de agosto.
A Selic serve de referência para boa parte das taxas cobradas pelos bancos no crédito para pessoas físicas e empresas.
Nesta terça-feira, o presidente Lula afirmou que conversará com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e presidentes de bancos para discutir a questão dos juros do crédito consignado, que ele apontou como 'muito caro'.
'O que me deixa indignado é o juro consignado', disse Lula, durante live semanal em suas redes sociais, apontando que o juro cobrado a grandes produtores será de uma margem de 7% a 12,5% ao ano em empréstimos do Plano Safra, enquanto a taxa para o crédito consignado, segundo ele, chega a 30%. Lula disse que mesmo a taxa prevista no Plano Safra 'é cara'.
Escrito por Reuters
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