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Chair do Fed diz que juros atingirão nível neutro 'com o tempo', não em trajetória definido com antecedência

Placeholder - loading - Chair do Federal Reserve, Jerome Powell  18/09/2024. REUTERS/Tom Brenner/File Photo
Chair do Federal Reserve, Jerome Powell 18/09/2024. REUTERS/Tom Brenner/File Photo

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Por Howard Schneider

NASHVILLE, EUA (Reuters) - A economia dos Estados Unidos deve apresentar uma desaceleração contínua da inflação, o que permitirá que o Federal Reserve reduza sua taxa de juros básica e, 'com o tempo', atinja um nível que não esteja mais retendo a atividade, disse nesta segunda-feira o chair do Fed, Jerome Powell, em comentários que não mostraram nenhuma tendência óbvia em direção a um ritmo mais rápido ou mais lento de reduções dos juros.

'A desinflação tem sido generalizada, e os dados recentes indicam mais progresso em direção a um retorno sustentado a 2%', o nível de inflação almejado pelo Fed, disse Powell em comentários preparados para conferência da Associação Nacional de Economia Empresarial.

'Se a economia evoluir de forma geral conforme o esperado, a política monetária se moverá ao longo do tempo em direção a uma postura mais neutra', disse Powell. 'Mas não estamos em um curso definido com antecedência. Os riscos são dos dois lados, e continuaremos a tomar nossas decisões reunião a reunião.'

O Fed reduziu os juros em 50 pontos-base em sua reunião de 17 e 18 de setembro, diminuindo a faixa de 5,25% a 5,50%, a mais alta em 20 anos e que havia sido mantida por 14 meses, para a faixa atual de 4,75% a 5,00%.

As projeções econômicas divulgadas nessa reunião mostraram que a expectativa mediana das autoridades de que a taxa caia ainda mais para a faixa de 4,25% a 4,50% até o final do ano, para a faixa de 3,25% a 3,50% até o final de 2025, com o afrouxamento monetário terminando em 2026 com os juros básicos em torno do nível 'neutro' estimado de longo prazo de 2,9%.

No entanto, os investidores estão divididos sobre se o banco central dos EUA entrará em uma série de cortes de 25 pontos percentual agora ou se talvez seja levado a fazer outro grande corte se o mercado de trabalho enfraquecer ou se a inflação desacelerar mais do que o esperado.

A referência de Powell aos riscos 'dos dois lados', entretanto, aponta para um debate aberto à medida que os dados se acumulam, com a divulgação na sexta-feira do relatório de emprego de setembro sendo o primeiro dos dois principais relatórios do mercado de trabalho que o Fed receberá antes da reunião de 6 e 7 de novembro.

Os dados mais recentes sobre a inflação mostraram uma taxa de apenas 2,2%, próxima à meta do Fed, enquanto o núcleo do índice, que não inclui os custos de alimentos e energia, está estagnado em torno de 2,6% a 2,7% há quatro meses.

Powell, no entanto, disse que acha que 'as condições econômicas em geral (...) preparam o terreno para mais desinflação'.

Os preços de bens vêm caindo, enquanto o setor de serviços, cujos preços antes eram difíceis de segurar, agora aponta para uma inflação 'perto de seu ritmo pré-pandemia', disse Powell.

O progresso na inflação de moradias tem sido 'lento', disse o chefe do Fed, mas 'a taxa de crescimento dos aluguéis cobrados de novos inquilinos continua baixa. Enquanto esse for o caso, a inflação dos serviços de habitação continuará a diminuir'.

O mercado de trabalho continua 'sólido', disse ele, com uma taxa de desemprego de 4,2% ainda em um nível baixo e próximo ao que as autoridades do Fed consideram sustentável no longo prazo com a inflação na meta do banco central.

'De modo geral, a economia está sólida; pretendemos usar nossas ferramentas para mantê-la assim', disse Powell, acrescentando que o Fed fez 'um bom progresso' na redução da inflação sem um aumento acentuado do desemprego.

Escrito por Reuters

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