Chefe da Defesa de Israel viaja aos EUA para discutir Gaza e Líbano
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Por Maayan Lubell
JERUSALÉM (Reuters) - O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, viajou a Washington neste domingo para discutir a próxima fase da guerra em Gaza e a escalada das hostilidades na fronteira com o Líbano, onde trocas de tiros com o Hezbollah alimentam temores de um conflito mais amplo.
Apoiado pelo Irã, o Hezbollah iniciou ataques a Israel pouco depois da investida do Hamas, em 7 de outubro, desencadear a guerra em Gaza.
'Estamos preparados para qualquer ação que possa ser necessária em Gaza, no Líbano e em outras áreas', disse Gallant em comunicado antes de partir para Washington, onde disse que se encontraria com seu colega Lloyd Austin e com o Secretário de Estado Antony Blinken.
No início de junho, o Hezbollah atacou cidades e instalações militares israelenses com os maiores lançamentos de foguetes e drones nas hostilidades até agora, após um ataque israelense matar o comandante mais graduado do Hezbollah até então.
O enviado dos EUA Amos Hochstein visitou Israel e o Líbano na semana passada em uma tentativa de esfriar as tensões em meio a um aumento no fogo transfronteiriço e uma escalada na retórica de ambos os lados. Um soldado israelense foi gravemente ferido por um ataque de drone neste domingo, segundo o Exército.
Algumas autoridades israelenses associaram a contínua investida israelense em Rafah -- a área sul de Gaza, onde o governo diz estar atacando os últimos batalhões do grupo militante islâmico Hamas -- a um possível foco no Líbano.
Gallant pareceu fazer a mesma ligação em sua declaração.
'A transição para a Fase C em Gaza é de grande importância. Discutirei essa transição com as autoridades norte-americanas, como ela pode possibilitar outras coisas, e sei que conseguiremos uma cooperação estreita com os EUA também nessa questão', disse Gallant.
A redução das operações em Gaza liberaria forças para enfrentar o Hezbollah, caso Israel lance uma ofensiva terrestre ou intensifique seus bombardeios aéreos.
Autoridades descreveram a terceira e última fase da ofensiva israelense em Gaza como uma redução dos combates a operações de menor escala, ao mesmo tempo em que seriam intensificados esforços para estabilizar um governo pós-Hamas no enclave.
Membro do partido Likud de Benjamin Netanyahu, Gallant tem discordado do primeiro-ministro nos últimos meses, pedindo um plano pós-guerra mais claro para Gaza que não deixe Israel no comando, exigência também feita pela Casa Branca.
Netanyahu tem andado na corda bamba enquanto procura manter seu governo unido, equilibrando as demandas do establishment de Defesa, incluindo ex-generais como Gallant, e parceiros de coalizão de extrema-direita que resistem a qualquer estratégia pós-Gaza que pudesse abrir caminho para um futuro Estado palestino.
O chefe do Comitê Parlamentar de Defesa e Relações Exteriores de Israel, Yuli Edelstein, disse à Army Radio neste domingo que combater o Hezbollah seria complexo de qualquer maneira, agora ou mais tarde.
'Não estamos na posição correta para conduzir combates tanto na frente sul quanto na frente norte. Teremos que nos posicionar de forma diferente no sul para lutar no norte', disse Edelstein, também membro do Likud.
(Reportagem de Maayan Lubell)
Escrito por Reuters
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