Chefe da ONU pede mais isenções em paralisação de auxílio dos EUA
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Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu nesta segunda-feira que os Estados Unidos considerem isenções adicionais a uma paralisação de 90 dias em sua assistência externa para 'garantir a entrega contínua de atividades críticas de desenvolvimento e humanitárias'.
Poucas horas depois de assumir o cargo, há uma semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a paralisação para revisar as contribuições de auxílio externo e avaliar se estão alinhadas com sua política externa.
A medida corre o risco de cortar bilhões de dólares de assistência que salva vidas. Os Estados Unidos são o maior doador individual de ajuda em nível global. No ano fiscal de 2023, desembolsaram 72 bilhões de dólares em auxílios.
O porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, disse que os EUA são um dos maiores contribuintes da ONU para a ajuda voluntária ao desenvolvimento humanitário e que o órgão mundial está tentando descobrir o impacto que a paralisação teria.
'Somos extremamente gratos pela generosidade que os Estados Unidos sempre demonstraram. Queremos trabalhar juntos, avaliar, ouvir e lidar com as preocupações do novo governo dos EUA e, ao mesmo tempo, garantir que os mais vulneráveis continuem protegidos', disse Dujarric a jornalistas.
Houve uma confusão inicial entre parlamentares norte-americanos, grupos de ajuda e a ONU sobre o escopo da ordem de Trump. Ela foi esclarecida na sexta-feira, quando o Departamento de Estado dos EUA emitiu uma ordem de 'interrupção' para toda a assistência estrangeira existente e suspendeu a concessão de novas ajudas, de acordo com um telegrama visto pela Reuters.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, pode emitir isenções e concedeu uma para a assistência alimentar emergencial.
'O secretário-geral pede que isenções adicionais sejam consideradas para garantir a continuidade da prestação de atividades humanitárias e de desenvolvimento essenciais para as comunidades mais vulneráveis em todo o mundo, cujas vidas e meios de subsistência dependem desse apoio', afirmou Dujarric.
(Reportagem de Michelle Nichols; reportagem adicional de Daphne Psaledakis)
Escrito por Reuters