Chefe do Pentágono diz que deveria ter lidado melhor com diagnóstico de câncer
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Por Idrees Ali e Phil Stewart
WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, pediu desculpas na quinta-feira por não ter contado antes ao presidente norte-americano, Joe Biden, e à equipe sênior sobre seu recente diagnóstico de câncer de próstata, acrescentando que o susto com a saúde foi um 'soco no estômago' que o abalou.
Austin, de 70 anos, também se desculpou pela maneira como lidou com sua hospitalização subsequente, que foi mantida em segredo do público, da equipe sênior e do próprio Biden por dias.
'(Biden) respondeu com a graça e o coração caloroso que qualquer pessoa que conhece o presidente Biden esperaria e sou grato por sua total confiança em mim', disse Austin em sua primeira entrevista coletiva desde a hospitalização secreta.
O sigilo sobre a condição de Austin e sua hospitalização em 1º de janeiro pegou a Casa Branca e o Congresso desprevenidos, e nem mesmo Biden sabia que Austin estava hospitalizado durante a maior parte da primeira semana de janeiro.
'Eu não lidei bem com isso', disse Austin.
O incidente provocou um alvoroço político. Os republicanos acusaram Austin de descumprimento do dever. Biden, um democrata, disse que tem confiança em Austin, apesar do que o presidente concordou ter sido um lapso de julgamento.
Austin afirmou que a privacidade, e não o sigilo, estava por trás de sua decisão de não informar a Casa Branca ou o público sobre o diagnóstico antes.
'Foi um soco no estômago', disse Austin referindo-se ao seu diagnóstico.
Austin contou que ainda sente algumas dores nas pernas, mas os médicos estavam confiantes de que isso melhorará com o tempo.
Austin foi internado no Walter Reed National Military Medical Center, em Maryland, em 22 de dezembro, para tratar o câncer de próstata. Ele retornou ao hospital em 1º de janeiro devido a complicações que incluíam uma infecção do trato urinário.
Sua hospitalização não foi divulgada até quatro dias depois, e o Pentágono não especificou por que ele estava sendo tratado até 9 de janeiro.
Austin disse que nunca orientou sua equipe a esconder a hospitalização em janeiro da Casa Branca ou do público.
Ele acrescentou que não sabia quais informações haviam sido passadas para sua vice, Kathleen Hicks, que assumiu temporariamente suas funções.
Alguns republicanos proeminentes, incluindo o ex-presidente Donald Trump, pediram que Austin fosse removido do cargo. Austin é um general reformado de quatro estrelas que liderou forças no Iraque e é o primeiro secretário de Defesa negro dos Estados Unidos.
Escrito por Reuters
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