China oferece mais U$60 bi à África, mas recusa 'projetos de vaidade'
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Por Christian Shepherd e Ben Blanchard
PEQUIM (Reuters) - O presidente da China, Xi Jinping, ofereceu mais 60 bilhões de dólares em financiamento à África nesta segunda-feira e cancelou algumas dívidas de nações africanas mais pobres, mas desaconselhou o direcionamento de fundos para 'projetos de vaidade'.
Ao discursar na abertura de uma grande cúpula com líderes africanos, Xi prometeu um desenvolvimento que as pessoas do continente possam ver e tocar, mas que também será ecológico e sustentável.
A China negou estar praticando uma diplomacia de 'armadilha de dívidas', e a oferta de dinheiro adicional de Xi vem na sequência de uma promessa de outros 60 bilhões de dólares feita na cúpula anterior, sediada pela África do Sul três anos atrás.
Falando aos líderes africanos no Grande Salão do Povo em Pequim, Xi disse que os próximos 60 bilhões incluirão 15 bilhões de dólares de ajuda, empréstimos sem juros e empréstimos facilitados, uma linha de crédito de 20 bilhões de dólares, um fundo especial de 10 bilhões de dólares para o desenvolvimento China-África e um fundo especial de 5 bilhões de dólares para importações da África.
Empresas chinesas serão incentivadas a investir não menos de 10 bilhões de dólares no continente nos próximos três anos, disse.
As dívidas governamentais de países africanos pobres e endividados derivada dos empréstimos sem juros da China com vencimento no final de 2018 serão canceladas, além daquelas de nações em desenvolvimento no interior do continente e de pequenas ilhas-nações, afirmou Xi.
'A cooperação China-África deve dar aos povos chinês e africano benefícios tangíveis e sucessos que podem ser vistos, que podem ser sentidos', disse.
Pequim desenvolverá 50 projetos de desenvolvimento ecológico e proteção ambiental na África, com foco na mudança climática, na desertificação e na proteção da vida selvagem, explicou o presidente chinês.
Ele prometeu, sem dar detalhes, que a China criará um fundo de paz e segurança e um fórum relacionado, continuando a oferecer assistência militar gratuita à União Africana.
Autoridades chinesas se comprometeram a ser mais cuidadosas para que os projetos sejam sustentáveis. A China defende a continuidade dos empréstimos à África com o argumento de que o continente ainda precisa de desenvolvimento de infraestrutura custeado por dívidas.
Ao falar em um fórum anterior, Xi disse que seu país tem que ser mais cauteloso com o destino do dinheiro.
'A cooperação da China com a África está voltada claramente aos grandes gargalos no desenvolvimento. Os recursos para nossa cooperação não devem ser gastos em projetos vaidosos, mas em locais onde contam mais'.
Escrito por Thomson Reuters
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