Cientista francês teve entrada negada nos EUA, diz governo da França
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PARIS (Reuters) - Um cientista francês teve sua entrada negada nos Estados Unidos, aparentemente porque havia expressado uma opinião pessoal sobre a política de pesquisa do governo Trump, informou nesta quinta-feira o Ministério da Educação da França.
'Soube com preocupação que um pesquisador francês em missão no Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em francês), que estava viajando para uma conferência perto de Houston, teve sua entrada negada nos Estados Unidos antes de ser expulso', disse o ministro do Ensino Superior e Pesquisa, Philippe Baptiste, em uma declaração à AFP.
A medida foi aparentemente tomada porque o cientista havia expressado uma opinião pessoal sobre a política de pesquisa do governo Trump, ele acrescentou, sem dar mais detalhes.
Um porta-voz do Ministério da Educação confirmou as reportagens da AFP e do Le Monde sobre a proibição de entrada de um cientista, sem dar detalhes.
Quando contatada, a embaixada dos EUA em Paris encaminhou o caso para a agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA. A alfândega dos EUA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário por e-mail.
O governo do presidente Donald Trump tomou várias medidas para cortar ou congelar o financiamento federal para universidades, centros médicos e outras instituições de pesquisa desde que assumiu o cargo, em janeiro.
Em questões de fronteira, Trump anunciou uma série de decretos executivos, relacionados à imigração, que se concentram em políticas de fronteira e procedimentos de verificação de vistos mais rigorosos, além de repressão a migrantes sem documentos nos Estados Unidos.
A Alemanha atualizou esta semana seu aviso de viagem para enfatizar que um visto ou uma isenção de entrada -- quando não há exigência de visto -- não garante a entrada de seus cidadãos nos EUA. Isso ocorreu depois que vários alemães foram detidos na fronteira recentemente, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
Nas últimas semanas, o Reino Unido também revisou seus conselhos para cidadãos que viajam aos EUA, para incluir um aviso de que qualquer pessoa que violar as regras de entrada poderá ser presa ou detida.
(Reportagem de Charlotte Van Campenhout)
Escrito por Reuters