Cirurgião fala sobre apneia do sono
Especialista conta, por exemplo, como funciona o tratamento
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15 de março é o dia mundial do sono. No Brasil, muitas pessoas têm problemas que interferem nessa hora tão sagrada de descanso, consequentemente, isso acaba repercutindo em seu desempenho ao longo do dia.
Pensando em ajudar aqueles que sofrem com a apneia do sono, um dos distúrbios mais comuns, conversamos como Dr. José Flávio Torezan, que trabalha nos Hospitais Israelita Albert Einstein, Sírio Libanês, Alemão Osvaldo Cruz, Santa Catarina, São Luiz e Hospital do Coração, na Capital paulista.
Veja a entrevista completa:
1- O que é e o que causa a apneia do sono?
Apneia obstrutiva do sono é um distúrbio respiratório que causa a interrupção da respiração durante o sono (as pausas variam entre 10 a 60 segundos de respiração). É causada pelo estreitamento da via aérea principalmente atrás da língua e céu da boca, mas outros fatores também podem estar envolvidos como: má formação da via aérea superior, estreitamentos das arcadas dentárias e deformidades dos ossos maxilares.
2- Como alguém consegue identificar que tem o distúrbio?
Geralmente o cônjuge ou colegas de quarto identificam um tipo de ronco mais preocupante, como se fosse um ronco que asfixia, mas o próprio paciente pode se sentir incomodado e ir até o profissional da área da saúde queixando-se de fadiga crônica, sono não repousante, irritabilidade, ganho de peso, entre outros problemas. Não é incomum que alguns pacientes relatem já terem dormindo dirigindo, em salas de cinema ou mesmo em filas de espera.
3- Ao detectar o problema, como funciona o tratamento?
O tratamento é feito através de um exame chamado polissonografia. A apneia pode ser classificada em leve, moderada ou grave. A partir daí existem diferentes opções de tratamentos. Os CPAPS (máscara de compressor de ar para dormir), aparelhos intra-orais que projetam o maxilar inferior para frente e também o tratamento cirúrgico.
4- Quando é necessário realizar a cirurgia maxilar?
O tratamento cirúrgico maxilar é o mais eficiente descrito na literatura cientifica, ele está indicado em casos de apneia grave ou em casos que há deformidade nos ossos maxilares. Os resultados são bastante animadores, porém o paciente deve saber que há um pós-operatório difícil no primeiro mês.
A cirurgia consiste em avançar o maxilar inferior e superior ao mesmo tempo criando assim um espaço maior na região da via aérea, acomodando melhor desta forma a língua e o céu da boca. O paciente que se submete a essa cirurgia é encorajado a manter o peso ou a emagrecer em caso de sobrepeso. Isso é extremamente necessário para que se mantenha a via área sem acúmulo de gordura e o resultado se mantem ao longo prazo.
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