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Com avanço da Delta, falta de coordenação na vacinação ameaça combate à pandemia

Placeholder - loading - Fila de pessoas para vacinação contra Covid-19 em Ouro Branco 19/07/2021 REUTERS/Washington Alves
Fila de pessoas para vacinação contra Covid-19 em Ouro Branco 19/07/2021 REUTERS/Washington Alves
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Por Lisandra Paraguassu e Pedro Fonseca

BRASÍLIA/RIO DE JANEIRO (Reuters) - Mesmo tendo conseguido avançar em sua campanha de vacinação e reduzir os casos e mortes por Covid-19, o Brasil leva adiante a campanha de imunização em um cenário em que as dificuldades de planejamento e a perda de controle pelo Ministério da Saúde levantam dúvidas sobre a capacidade do país de controlar a pandemia, especialmente com o avanço da mais transmissível variante Delta.

O Programa Nacional de Imunização (PNI) está sem comando desde junho, quando a então coordenadora Franciele Francinato deixou o cargo criticando a politização que se fez no país sobre as vacinas. Desde então, governos estaduais têm tomado decisões individualmente e sem o aval do ministério, como iniciar a vacinação de adolescentes e reduzir o intervalo de doses, colocando em risco a meta nacional de vacinar todos os adultos com as duas doses até o final de outubro.

'O PNI sem coordenação precisa ser resolvido urgente. Essa situação demonstra enfraquecimento do governo. O único responsável pelo que está acontecendo com o PNI é o próprio governo federal. Nesse momento, o ministro precisa fazer um freio de arrumação, fazer com que o PNI cumpra seu papel', disse à Reuters a epidemiologista Ethel Maciel.

O risco principal no momento diz respeito à conclusão do esquema vacinal, uma vez que apenas 33% da população tomou as duas doses ou vacina de dose única. A segunda dose se tornou especialmente importante mediante o avanço da variante Delta, originada na Índia e que é mais resistente aos imunizantes.

Estudo publicado no New England Journal of Medicine apontou que a eficácia contra a Delta após apenas a primeira dose das vacinas da AstraZeneca e da Pfizer fica na casa de 30%, mas sobe para 67% e 88%, respectivamente, com o esquema completo.

'Acelerar a segunda dose e ampliar o número de pessoas com esquema vacinal completo é absolutamente necessário para enfrentar a Delta', disse o coordenador executivo do Comitê de Contingência do Coronavírus do governo do Estado, João Gabbardo, citando uma reversão na tendência de queda nas internações hospitalares no Estado 'provavelmente' pela disseminação da variante.

'Infelizmente não temos Pfizer e AstraZeneca para isso, mesmo assim continuaremos sem recuar na meta de vacinar o maior número de pessoas com as vacinas disponíveis', acrescentou.

Maior cidade do país, São Paulo já registra falta vacinas para a aplicação da segunda dose do imunizante da AstraZeneca, de acordo com dados da prefeitura. Uma alternativa seria aplicar a vacina da Pfizer como segunda dose, mas também não há doses suficientes do imunizante, que tem sido aplicado nos adolescentes.

De acordo com o governo paulista, o Ministério da Saúde deixou de enviar cerca de 1 milhão de 2ª doses de AstraZeneca para São Paulo, provocando um 'verdadeiro apagão de vacinas', mas a pasta alega que a culpa pela falta de doses, na verdade, é do Estado, que teria usado vacinadas destinadas à segunda dose como primeira dose fora das recomendações do ministério.

'As alterações nas recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) acarretam na falta de doses para completar o esquema vacinal na população brasileira', disse o ministério em nota.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tem pedido insistentemente para que Estados e municípios sigam as normas de vacinação determinadas pela pasta, alertando que, do contrário, o ministério não pode garantir a entrega de vacinas.

Os Estados, no entanto, afirmam que a falta de capacidade de coordenação do ministério os levou a assumirem para si a decisão de como organizar sua vacinação.

'Essa falta de coordenação nacional não é positiva e tem nos trazido preocupação”, disse à Reuters o secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, que é também presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

“O PNI sempre funcionou de maneira centralizada e essa é uma das razões do sucesso dele, sempre conseguiu coordenar a distribuição das vacinas. Agora, na Covid-19, perdeu essa capacidade de coordenação.”

PROBLEMAS À FRENTE

Somente depois que Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul já haviam anunciado a redução do intervalo entre as doses das vacinas AstraZeneca e Pfizer e a aplicação de uma dose de reforço em idosos e imunossuprimidos, o Ministério da Saúde seguiu o mesmo caminho.

Além disso, enquanto vários Estados começam a vacinar adolescentes de 12 a 17 anos, com e sem comorbidades, o ministério não tem uma estratégia para os adolescentes, e anunciou apenas que a vacinação dever ser feita depois que todos os adultos tiverem duas doses.

'No final cada Estado optou por fazer a sua estratégia, algumas bem-sucedidas, mas não se sabe o resultado disso lá na frente. Tem Estado diminuindo o tempo sem respeitar a coordenação nacional, e pode não se ter vacina garantida. Isso vai trazer problema lá na frente', disse Carlos Lula.

Questionado, o Ministério da Saúde não respondeu sobre a falta de coordenação do PNI desde junho e os impactos para a campanha nacional de imunização. A pasta ressalta, no entanto, que 86% da população adulta foi vacinada com a primeira dose e que serão distribuídas vacinas suficientes para todos os adultos até outubro, se forem seguidas as recomendações.

Ex-coordenadora do PNI, a epidemiologista Carla Domingues lembra que o ministério demorou a fazer um plano nacional de vacinação desde o início, incluiu vários grupos de prioridades, cedeu à pressão de Estados e grupos políticos, e depois terminou por adiantar a vacinação por idade também a pedido dos governos estaduais, que já começavam a adotar essa estratégia.

'Não se segurou as pressões políticas, alguns Estados receberam mais vacinas porque tinham mais grupos prioritários, não se fez um balanço para equiparar a distribuição antes de adotar a idade e criou mais distorção', disse.

A falta de coordenação nacional do PNI traz outra dificuldade apontada pelo epidemiologista Wanderson Oliveira, ex-secretário nacional de Vigilância em Saúde: o risco de o país ficar sem vacinas suficientes para 2022.

Apesar de ter contratos para 660 milhões de doses no total, o ex-secretário aponta que isso pode não ser suficiente a depender do tipo de reforço de vacinação para toda a população.

'Dá mal para fazer toda a população atual (acima de 12 anos) e um chorinho para fazer o reforço dos idosos. E no mínimo vai ter que se reforçar todo mundo ano que vem, se não for necessário repetir a vacinação completa', disse ele à Reuters.

Além disso, a população-alvo das vacinas irá crescer a cada ano. Se prevê que pelo menos 3 milhões de crianças entrarão na idade vacinal de 12 anos em 2022, o que precisa ser calculado.

O planejamento para isso, afirma, deveria ter sido começado no máximo em julho. No entanto, não há sinais de novos contratos por parte do ministério até agora.

'Vários países já estão negociando novos contratos. O Brasil vai entrar atrasado de novo no mercado', afirmou.

Segundo o Ministério da Saúde, o governo pretende acertar ainda este ano a compra de doses a serem usadas em 2022, uma vez que foi feita previsão de cerca de 4 bilhões de reais para a vacinação na proposta de Orçamento da União de 2022, bem abaixo dos 27 bilhões de reais disponibilizados para este ano.

(Reportagem adicional de Eduardo Simões, em São Paulo)

Escrito por Reuters

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FOREIGNER SE DESPEDE DOS FÃS BRASILEIROS COM SHOW HISTÓRICO EM SÃO PAULO

A lendária banda Foreigner se despediu dos fãs brasileiros com um super show em São Paulo, na noite do último sábado, em uma apresentação marcada por emoção, energia e celebração. O evento, que aconteceu no Espaço Unimed, faz parte da turnê mundial de despedida do grupo e contou com a participação especial do vocalista original Lou Gramm, consolidando-se como um momento inesquecível para os fãs de rock clássico.

Como antecipado em entrevista exclusiva à Rádio Antena 1 pelo próprio Lou Gramm, a passagem pelo Brasil teria um significado especial. E assim foi: ao invés de um clima de tristeza, o que se viu foi uma verdadeira festa em homenagem ao legado de uma das maiores bandas do rock americano das décadas de 70 e 80.

Double Trouble Tour aquece o público com clássicos e surpresas

A noite começou em alto nível com a abertura da "Double Trouble Tour", projeto que reuniu os vocalistas Eric Martin (Mr. Big) e Jeff Scott Soto (Yngwie Malmsteen, Journey), acompanhados pela competente banda Spektra, formada por Leo Mancini (guitarra), Edu Cominato (bateria), BJ (teclados e vocais) e Henrique Baboon (baixo).

No repertório, sucessos das bandas pelas quais os cantores passaram, como "To Be With You" e "Wild World", do Mr. Big, além da poderosa "Separate Ways", do Journey, que permitiu a Soto mostrar toda sua força vocal. A surpresa da noite ficou por conta de uma cover intensa de "Crazy", de Seal, provando a versatilidade dos músicos em cena.

Foreigner entrega performance impecável na turnê de despedida

Após a abertura arrebatadora, foi a vez do Foreigner subir ao palco — e mostrar por que ainda é referência quando se fala em rock de arena. Com uma performance carregada de emoção e qualidade técnica, Jeff Pilson, Michael Bluestein, Bruce Watson, Chris Frazier e Luis Carlos Maldonado conduziram o público por uma viagem sonora de quase cinco décadas de história.

“Arrisco a dizer que Maldonado foi o grande destaque da noite — se isso for possível diante da qualidade técnica dos outros integrantes do grupo. Fiquei impressionado ”, comentou o jornalista João Carlos Santana, da Rádio Antena 1.

A setlist, fiel àquela apresentada em outras datas da turnê pela América Latina, incluiu todos os grandes sucessos da banda (confira abaixo). E, no momento mais aguardado da noite, Lou Gramm subiu ao palco para cantar as quatro últimas músicas do show, em um ato simbólico que representou não apenas a origem musical da banda, mas também o respeito mútuo entre artista e público.

Set List - Foreigner - São Paulo, 10 de maio de 2025

1. "Double Vision"
2. "Head Games"
3. "Cold as Ice"
4. "Waiting for a Girl Like You"
5. "That Was Yesterday"
6. "Dirty White Boy"
7. "Feels Like the First Time"
8. "Urgent"
9. Keyboard Solo
10. Drum Solo
11. "Juke Box Hero" (with Lou Gramm)
12. "Long, Long Way From Home" (with Lou Gramm)
13. "I Want to Know What Love Is" (with Lou Gramm)
14. "Hot Blooded" (with Lou Gramm)

Uma despedida inesquecível e novos planos para 2026

A noite de sábado entrou para a história tanto para os fãs quanto para os músicos do Foreigner. Um evento raro, emocionante e tecnicamente impecável (com direito a solos de teclado e bateria). Mas para aqueles que ainda sonham em ver a banda ao vivo uma última vez, há uma última chance.

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DURAN DURAN RELANÇA COLETÂNEA ‘GREATEST’ EM VINIL BRANCO

A icônica banda britânica Duran Duran acaba de anunciar o relançamento de sua coletânea definitiva, Greatest, em uma edição especial em vinil branco, disponível pela primeira vez desde sua estreia original em 1998. A nova versão, que celebra a trajetória de uma das maiores bandas do synthpop mundial, já pode ser reservada no site oficial do grupo. LINK

Compilação definitiva do Duran Duran retorna em grande estilo

Com 19 faixas, o disco reúne os maiores sucessos do grupo, incluindo clássicos atemporais como "Rio", "The Reflex", "Ordinary World", "Hungry Like The Wolf" e "Girls on Film". As canções percorrem diferentes fases da carreira do Duran Duran, com exceção das faixas do álbum tributo Thank You (1995), que foram deixadas de fora nesta versão.

Qualidade sonora e visual premium para fãs e colecionadores

A nova edição em vinil branco de 140g acompanha capa dupla com acabamento em relevo, voltada especialmente para os colecionadores e apaixonados por edições limitadas. Trata-se de uma atualização da coletânea Decade (1989), com o acréscimo de faixas dos anos 1990 e edições especiais de algumas músicas para garantir compatibilidade com o formato original de CD da época.

Greatest: marco na discografia e sucesso de vendas

Lançada originalmente em 1998, a coletânea Greatest surgiu como uma forma de celebrar quase duas décadas de carreira do Duran Duran, reunindo faixas que dominaram as paradas dos anos 1980 e 1990. O álbum é amplamente reconhecido como a compilação mais completa da banda até hoje, superando o sucesso de sua antecessora, Decade (1989), ao incluir hits de álbuns como Duran Duran (The Wedding Album) e Medazzaland.

A versão original do CD foi cuidadosamente editada para que as músicas coubessem em um único disco, o que levou à criação de versões especiais e radio edits de algumas faixas. Entre elas estão “Come Undone (Edit)”, “Skin Trade (Radio Cut)” e “Electric Barbarella (Edit)”, esta última lançada como single promocional no Reino Unido exclusivamente para divulgar o projeto.

Certificações e legado duradouro

Até o ano de 2008, a coletânea já havia vendido mais de 1,3 milhão de cópias nos Estados Unidos, conquistando a certificação de Disco de Platina pela RIAA. Ao longo dos anos, Greatest permaneceu como item essencial no catálogo da banda, sendo frequentemente redescoberto por novas gerações de fãs do new wave, pop-rock e synthpop.

Duran Duran: pioneiros da era dos videoclipes

Muito além do som, o Duran Duran consolidou seu lugar na história como uma das bandas que mais investiram em videoclipes durante os anos 1980. Seu visual ousado, estética cinematográfica e parcerias com grandes diretores ajudaram a transformar a MTV em um fenômeno cultural e a posicionar a banda como ícone do pop visual.

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