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Comunismo não pode imperar, diz Bolsonaro em jantar com pensadores de direita em Washington

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Por Lisandra Paraguassu

WASHINGTON (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro aproveitou a plateia conservadora de seu primeiro compromisso da visita de três dias a Washington, um jantar que reuniu na mesma mesa o escritor Olavo de Carvalho e o ex-estrategista da Casa Branca Steve Bannon, para reiterar sua intenção de evitar o ressurgimento de ideias de esquerda.

Segundo o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro fez um discurso no início do jantar e 'levantou algumas ideias' sobre comércio e diplomacia.

'As ideias do nosso presidente são de fortalecer o nosso comércio, reconhecendo que os EUA são o segundo mercado para os produtos brasileiros, reconhecendo que a diplomacia de fortalecer a democracia nesse lado do Ocidente é extremamente importante, e que aspectos relativos ao antigo comunismo não podem mais imperar nesse ambiente que nós vivenciamos”, disse o porta-voz, que saiu do jantar durante alguns momentos para falar com jornalistas do lado de fora.

Na lista de convidados, além dos sete ministros que acompanham Bolsonaro na viagem aos Estados Unidos, e de Olavo e Bannon, entraram nove outras expoentes do pensamento conservador norte-americano, como Matt Schlapp, presidente da União Conservadora Americana, e Chris Buskirk, editor do site American Greatness.

O porta-voz do Planalto fez questão de afirmar que as ideias de Bolsonaro estavam sendo 'muito bem recebidas' pelos convidados.

No Twitter, o presidente publicou uma foto do evento com o chanceler Ernesto Araújo e Olavo de Carvalho. Mais tarde, o filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), comemorou o encontro do pai com Carvalho, que se tornou guru de uma parte considerável do governo, incluindo do chanceler, além dos próprios filhos do presidente.

EMBAIXADOR NOS EUA

O porta-voz reafirmou a decisão do presidente de trocar o embaixador em Washington, Sérgio Amaral, mas disse que Bolsonaro ainda analisa nomes que possam 'identificar as possibilidades de mudança', por reconhecer que a embaixada é um posto de 'extrema importância'.

Rêgo Barros negou que tenha havido constrangimento no encontro entre o presidente e Amaral, a quem Bolsonaro acusou poucos dias antes de viajar aos Estados Unidos de não ter trabalhado suficientemente para reverter sua imagem pessoal negativa.

'Foi muito fidalgo da parte do embaixador e também da parte dele, até fez um reconhecimento de toda a caracterização dessa visita que foi liderada pelo nosso embaixador. O embaixador é uma pessoa especial', disse o porta-voz.

Bolsonaro pretende trocar em breve os embaixadores de pelo menos 15 postos considerados chave para o governo, entre eles EUA e a representação na Organização das Nações Unidas.

Escrito por Thomson Reuters

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